<p>O autocarro roda lento pelas ruas do Porto entre buzinas, acenos e olhares de espanto com Rui Rio como figura de proa. </p>
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A comitiva PSD/PP volta a rumar a mais um bairro social reabilitado pelo pre-sidente que aposta na reeleição.
Depois da passagem por Aldoar e pela urbanização municipal de Fonte da Moura, o candidato social-democrata andou, ontem de manhã, pelo bairro de Fernão de Magalhães, onde encontrou poucas dezenas de moradores e ainda menos queixas. Sofia, mãe aos 15 anos e avó aos 33, correu pelo bairro à procura do presidente só para avisá-lo que a persiana da cozinha tinha acabado de avariar. "Era para trazer a chave de parafusos", respondeu, entre risos, Rui Rio, acompanhando a moradora até ao local da avaria, na certeza de que o problema será resolvido pela Empresa Municipal Domussocial. "Têm de vir ajeitar, antes de eu ir votar", adianta a inquilina sorridente.
Para trás, ficaram pequenos lamentos pela falta de uma porta e de estacionamento exclusivo e alguns cumprimentos. "As pessoas reclamam pouco. Nota-se a diferença do que eram os bairros sociais e do que são hoje", atenta o presidente e candidato da coligação PSD/PP, recordando o passado de muitos protestos sempre que os políticos visitavam os bairros sociais do Porto. A urbanização de Fernão de Magalhães foi uma das primeiras a merecer obras de requalificação.
Em dois mandatos, a Câmara portuense, liderada por Rui Rio, fez um investimento de 130 milhões de euros na beneficiação dos bairros. "Se quisesse fazer campanha em bairros não reabilitados, tinha pouca campanha para fazer. A maioria já está arranjada", sublinha o autarca, com um autocolante laranja na lapela onde se lê: "Eu reconheço o trabalho feito na habitação social". Uma tarefa que Rui Rio promete cumprir até ao fim, caso seja vença as eleições.
"Vamos concluir no próximo mandato toda a reabilitação social dos bairros", excepto, destaca o candidato, as torres do Aleixo que será demolido. No entanto, esta é uma urbanização municipal que não visitará na campanha. "Se fosse ao Aleixo e houvesse desacatos, as pessoas diriam que não devia ter lá ido provocar os moradores. Se não for, os jornalistas dizem que não vou. Como se diz na linguagem popular, sou preso por ter cão e preso por não ter. A minha posição sobre o Aleixo é clara, ao contrário da posição de Elisa Ferreira [candidata socialista À Câmara do Porto]", refere.
No dia do primeiro debate entre os candidatos à Autarquia, Rio voltou a recusar um frente-a-frente só com Elisa Ferreira. O autarca lembra que vão realizar-se seis debates nestas duas semanas até às eleições autárquicas e acredita que esses confrontos devem incluir todas as candidaturas.