<p>O ex-presidente da República Mário Soares admitiu, ontem, quinta-feira, poderem existir "acordos pontuais no futuro" entre o PS e o BE. Já a possibilidade de uma coligação entre os dois partidos diz que foi "uma coisa inventada" pela Imprensa. </p>
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"Isso foi uma coisa inventada pela Comunicação Social. Não há coligações, mas pode haver acordos pontuais, no futuro. Mas isso depende das pessoas, dos resultados. Falar nisso agora só serve para embrulhar as coisas", disse ontem Mário Soares, em declarações aos jornalistas, no final da cerimónia de doutoramento Honoris Causa de Luís Portela, presidente da Bial, na Universidade do Porto.
O fundador do PS mostrou-se, assim, contra qualquer tipo de aliança ou coligação formal, preferindo defender "acordos pontuais". Porém, Mário Soares atirou "para depois das eleições" mais desenvolvimentos deste assunto.
Reservado em relação aos resultados das sondagens, e sem querer fazer "nenhum prognóstico" relativamente à possibilidade do PS conseguir ter maioria absoluta no próximo domingo, o socialista preferiu apelar ao voto. "Sempre desconfiei um bocadinho das sondagens. O que é preciso é que os portugueses votem e que votem bem. Se fizesse um apelo era no PS, claro", sublinhou.
Aliás, foi no "crescendo" da campanha eleitoral do PS que Mário Soares focou os seus argumentos, destacando "todos os debates televisivos ganhos por José Sócrates". "Pela primeira vez, o povo está a perceber que José Sócrates não é aquilo que o pintavam. Não é uma pessoa arrogante, desonesta. É um homem impoluto, uma pessoa séria que quer o bem do país, que tem feito muito pelo bem do país, mas que apanhou uma crise mundial que não se pode comparar com qualquer outra", afirmou Soares.
O ex-presidente da República considerou ainda que Portugal "até está a conseguir sair da crise um bocadinho melhor, graças ao esforço que José Sócrates fez por causa do défice".
Já no âmbito do chamado "caso das escutas", o histórico do PS manifestou que ainda está por esclarecer a demissão do assessor do presidente da República, Fernando Lima. "Ainda não sabemos se Fernando Lima foi demitido ou não, porque ainda não saiu no Diário da República", frisou Soares, que preferiu não comentar a demissão do assessor de Cavaco Silva. "Não reajo, estou calado e à espera", concluiu.