A organização Human Rights Watch denunciou os atentados do grupo terrorista Estado Islâmico com carros armadilhados, que causaram na quarta-feira dezenas de mortos em Bagdade.
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"Mais uma vez, o grupo Estado Islâmico (EI) levou a cabo um ataque devastador, desenhado para infligir o máximo sofrimento e morte aos iraquianos", afirmou Joe Stork, subdiretor para o Médio Oriente da Human Rights Watch (HRW), citado pela agência espanhola Efe.
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Joe Stork sublinhou que "esta última atrocidade não se justifica" pela eventual presença de milicianos xiitas, ainda que fosse correta a reivindicação do EI de que o objetivo dos ataques eram os combatentes daquela milícia.
O ataque mais mortífero registado foi produzido no bairro de maioria xiita em Sadr City, um subúrbio nos arredores da capital iraquiana conhecido antes como a cidade de Saddam, onde morreram 64 pessoas e 87 ficaram feridas com o rebentamento de um veículo carregado de explosivos perto de um mercado, de acordo com uma fonte policial à Efe.
O HWR sublinhou que a zona estava repleta de civis e que muitas da vítimas são mulheres, algumas das quais se preparavam no cabeleireiro para um casamento.
Outros dois atentados no bairro de maioria xiita de Al Kazemiya e no bairro Al Yamea causaram entre 20 e 30 mortos, dependendo das fontes.
O comunicado da HRW recordou que o EI assumiu nos últimos meses vários atentados junto a mercados, restaurantes ou de um estádio de futebol, o que indica que o objetivo é o "assassínio deliberado de civis".
O assassínio generalizado ou sistemático da população civil por parte do Estado ou de um grupo armado constitui um crime contra a humanidade, de acordo com o Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional (TPI).
O HRW lamentou que o TPI apenas tenha jurisdição nos países signatários do Estatuto, o que não é o caso do Iraque, que ainda não o ratificou.