As últimas duas abdicações na Europa, antes da do rei Espanhol, Juan Carlos, foram as da rainha Beatriz da Holanda e de Alberto II da Bélgica, ambas em 2013.
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Esta decisão, pouco habitual entre as realezas europeias, só começou a ser adotada no início do século XX em casos pontuais.
A primeira abdicação do século passado foi a do Czar Nicolau II e a renúncia do seu irmão, o Grão-Duque Miguel, aconteceu na revolução russa, em 1917.
Um ano depois, em novembro de 1918, foi a vez do kaiser Guilherme II da Alemanha, que abdicou depois da derrota na I Guerra Mundial (1914-1918) e acabou por se exilar na Holanda.
Em setembro de 1922, Constantino I da Grécia cedeu a coroa ao príncipe herdeiro, que passou a reinar como Jorge II.
Na Grã-Bretanha, a renúncia do rei Eduardo VIII em dezembro de 1936 levou ao trono Jorge VI, pai da atual monarca britânica, Isabel II.
O espanhol Afonso XIII, falecido em Roma a 28 de fevereiro de 1941, abdicou pouco antes dos seus direitos dinásticos para o seu terceiro filho, Juan de Borbón, a 15 de janeiro desse mesmo ano. No entanto, este nunca chegou a reinar de facto e em 1977 apresentou oficialmente a renúncia a favor do filho, o atual rei de Espanha, Juan Carlos I, que abdicou esta segunda-feira.
Em maio de 1946, o rei de Itália, Victor Manuel III, renunciou a favor do filho, o príncipe de Piamonte, que subiu ao trono como Humberto II.
Na Roménia, onde reinou a dinastia de Hohenzollern-Sigmaringen entre 1866 e dezembro de 1947,o seu último rei foi Miguel I, que foi obrigado a abdicar pelos comunistas apoiados pelos russos que haviam ocupado o país na II Guerra Mundial. Este último havia chegado ao trono depois da renúncia do seu pai, Carol II.
O rei Leopoldo III da Bélgica delegou os seus poderes no seu filho Balduíno I, que lhe sucedeu em 1951. Neste país, aconteceu em 1990 o abandono por um dia do posto de rei por Balduíno, que, por questões éticas se negou a aprovar uma alteração legislativa que despenalizou o aborto no país.
A última abdicação do século XX aconteceu no Luxemburgo, quando Henrique de Nassau chegou ao trono depois da renúncia do seu pai, o Grão-Duque João, a 06 de outubro de 2000.
A abdicação é frequente na Holanda. O príncipe Guilherme converteu-se no novo rei a 30 de abril de 2013, depois da renúnica à chefia do Estado da sua mãe, a rainha Beatriz, em janeiro do mesmo ano.
Beatriz havia chegado ao trono em 1980 depois da renúncia da rainha Juliana, que foi coroada depois da abdicação da rainha Guilhermina em 1948.
No caso de Alberto II da Bélgica, que anunciou a sua renúncia no início de julho de 2013, abandonou o trono depois de 20 anos de reinado e sucedeu-lhe o filho primogénito, Felipe.