É o tudo por tudo para evitar a saída da Escócia do Reino Unido. A oito dias do referendo, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, o líder da oposição, o trabalhista Ed Miliband, e o líder do terceiro partido, Nick Clegg, dos liberais, viajam esta quarta-feira para Edimburgo para travar a onda a favor da independência.
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A "nossa mensagem para os escoceses é simples: queremos que fiquem", afirmam David Cameron e Ed Miliband no comunicado conjunto em que anunciaram a visita, no mesmo dia em que uma nova sondagem confirmou o avanço dos separatistas.
O "toca a reunir" ganhou forma no domingo passado quando, pela primeira vez, um estudo de opinião dava a vitória ao "Sim" no referendo que se realiza no dia 18. A visita do trio à Escócia segue-se ao anúncio de um plano de reforço de autonomia da Escócia, que o primeiro-ministro britânico prometeu apresentar nos próximos dias. Promesssas que, para os partidários da independência, não passam de um gesto desesperado.
A sondagem divulgada esta terça-feira aponta um empate técnico entre os dois lados, com 38% para o "Sim" e 39% para o "Não", e 23% de indecisos. Esta pesquisa da "TNS Scotland" confirma o grande avanço dos separatistas já publicado pelo Instituto YouGov há três dias que garantia 51% para os apoiantes do "Sim" e 49% para os opositores da independência da Escócia.
Na sequência destes números, que até há pouco tempo eram dados como impossíveis no seio dos políticos do Reino Unido, a libra inglesa desvalorizou e os mercados financeiros saíram castigados. Acresce o receio que a vitória do "Sim" no referendo tenha consequências na Europa, em particular em Espanha já que a Catalunha também vai, a 9 de novembro, referendar a independência, com o olhar atento do País Basco e da Galiza.
"Há muitas coisas que nos dividem, mas há uma coisa em que estamos apaixonadamente de acordo, que o Reino Unido é melhor junto. Por isso pensamos que o lugar em que devemos estar amanhã é a Escócia", argumentaram os políticos que visitam a Escócia esta terça-feira e que tentam que o Reino constituído em 1707 continue Unido.