O presidente do governo catalão destituído, Carles Puigdemont, disse numa entrevista ao jornal belga "Le Soir" que outra solução que não a independência "seria possível", acrescentando estar disponível para um acordo com Espanha.
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"Estou disposto e sempre estive disposto a aceitar a realidade de uma outra relação com a Espanha", declarou Carles Puigdemont ao jornal, antes de precisar que estava pronto para considerar outra solução.
"É sempre possível! Eu que tenho sido um independentista durante toda a minha vida, trabalhei por 30 anos para obter outra ancoragem da Catalunha em Espanha!", acrescentou.
Puigdemont insistiu nesta sua posição e acusou o Partido Popular (direita) do chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, de ser responsável pelo aumento do separatismo.
O independentismo foi alimentado na Catalunha depois de, em 2010, ter sido invalidado um estatuto que conferia largas competências à Catalunha.
A solução "alternativa à independência passa hoje pelas eleições de 21 de dezembro", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, Alfonso Dastis, também em Bruxelas, tendo chamado Puigdemont a candidatar-se de novo de forma "a ver que apoio ele tem".
Por outro lado, o partido Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), aliado de Puigdemont no governo destituído, reconheceu esta segunda-feira que esse executivo não estava "preparado" para defender a independência depois do referendo de 1 de outubro.
"O governo (catalão) não estava preparado (...) face a um estado autoritário pronto para usar a repressão sem limites", disse um porta-voz do ERC, Sergi Sabria, em Barcelona.
O Governo espanhol convocou eleições na Catalunha para 21 de dezembro, depois de ter decidido aplicar o artigo 155.º da Constituição, que suspende a autonomia da região. O executivo regional foi destituído e o parlamento regional dissolvido.