O presidente reeleito da Venezuela, Hugo Chávez, com 54,42% dos votos, destacou que a oposição venezuelana deu um passo importante ao reconhecer os resultados eleitorais que lhe deram a vitória nas eleições presidenciais de domingo.
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Hugo Chávez venceu as eleições presidenciais de domingo na Venezuela, obtendo 7.444.082 votos, 54,42%, anunciou a presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Tibisay Lucena.
"O candidato Hugo Rafael Chávez Frías, obteve 7.444.082 (54,42%) votos, o candidato Henrique Capriles Radonski, obteve 6.151.544 (44,97%). A candidata Reina Sequera obteve 64.281 votos (0,46%). O candidato Luís Alfonso Reyes 7.372 votos (0,05%). Maria Josefina Bolívar obteve 6.969 votos (com 0,05%) e Orlando Chirinos 3.706 votos (0,02 por cento)", disse.
Segundo a presidente do CNE estes resultados correspondem ao momento em que está efetuada "90% da transmissão" das atas eleitorais, tendo sido registados 13.677.934 votos válidos e 263.954 votos nulos, o que corresponde a uma participação de 80,94% dos eleitores.
O principal candidato opositor, Henrique Capriles Radonski, enviou uma mensagem de felicitações a Hugo Chávez pela sua vitória, sublinhando que um presidente deve trabalhar pela união dos venezuelanos. "Quero desde aqui enviar as nossas felicitações e quero dizer-lhe que oxalá que leia com grandeza a expressão do nosso povo no dia de hoje", disse.
Já o vencedor das eleições considerou que a atitude da oposição "é um passo muito importante na construção da paz na Venezuela" e da convivência de todos. "Por isso começo enviando-lhes esta saudação e estendendo-lhes estas duas mãos e este coração em nome de todos nós, porque somos irmãos na pátria de Bolívar", afirmou Hugo Chávez.
"Felicitaram a direção opositora porque reconheceram a verdade, reconheceram a vitória do povo. Para eles o nosso reconhecimento. O candidato da direita e os seus comandos de campanha acabam de anunciar ao país que reconhecem a vitória bolivariana", acrescentou.
Hugo Chavez falava para centenas de simpatizantes, na varando do povo do palácio presidencial de Miraflores, onde cantou o Hino Nacional e deu vivas à Venezuela, à Pátria, ao povo de (Simón) Bolívar , à revolução bolivariana e ao 7 de outubro (dia das eleições).
"Desde aqui, para todo o país, toda a Venezuela, esta mensagem que leva um conjunto de significados, de sentimentos, de ideias. Quero em primeiro lugar fazer um reconhecimento a todo o povo venezuelano, a toda a nação venezuelana, aos quase 30 milhões de venezuelanos que hoje habitam esta pátria, que renasceu, a pátria de Simón Bolívar", disse.
Explicou que as eleições foram um "dia memorável", marcado pela democracia, "por uma altíssima participação de mais de 80% do registo eleitoral".
"Desde aqui a minha palavra de reconhecimento a todos os que votaram contra nós. Um reconhecimento especial (...) pela sua participação, pela demonstração cívica que deram apesar de não estarem de acordo com a proposta bolivariana, mas estou seguro que cada dia estarão mais de acordo com a constituição bolivariana, com a Carta Magna", disse.
Hugo Chávez fez um apelo "a todos os que andam promovendo o ódio, o veneno social, aos que andam sempre negando todas as coisas boas que ocorrem na Venezuela" e convidou-os "ao diálogo, ao debate e ao trabalho conjunto pela Venezuela bolivariana".
"Foi uma batalha perfeita em toda a linha, uma batalha democrática. Graças a Deus e à consciência do nosso povo não houve nenhum acontecimento hoje a lamentar, não houve nada que manchasse a batalha perfeita e a vitória da Venezuela", disse.
Agradeceu ao poder eleitoral, aos civis e militares que trabalharam para que as eleições se realizassem e aos comandos da campanha do seu partido. "Demonstrámos, camaradas, compatriotas, que a nossa democracia é uma das melhores democracias do mundo e vamos continuar demonstrando", enfatizou.
Hugo Chávez felicitou "os mais de oito milhões de compatriotas que votaram pela revolução, pelo socialismo, pela independência, pela grandeza da Venezuela, pelo futuro".
Frisou ainda que ganhou em 20 dos 24 Estados da Venezuela, um número que poderia subir a 22, uma vez processadas todas as atas eleitorais.