A atribuição do Nobel da Paz a Liu Xiaobo "é totalmente contrário aos princípios" deste galardão e vai prejudicar as relações entre a China e a Noruega.
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A primeira reacção da China à atribuição do Nobel da Paz ao activista pro-democracia chinês Liu Xiaobo foi feita pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, hora e meia depois do anúncio do prémio.
Numa primeira reação, difundida pela agência noticiosa oficial chinesa, o porta-voz do Ministério, Ma Zhaoxu, reafirmou que Liu Xiaobo "violou a lei da China e foi condenado à prisão por órgãos judiciais chineses".
"O prémio Nobel da Paz devia ser atribuído aos que trabalham para promover a harmonia étnica, a amizade internacional, o desarmamento e os que organizam encontros pacíficos. Esses eram os desejos de (Alfred) Nobel", disse o porta-voz do MNE chinês.
Liu, de 54 anos, cumpre, actualmente, uma pena de 11 anos de prisão por "subversão do poder do Estado", por ter sido um dos autores da "Carta 08", um texto que reclama uma China democrática.
"Liu Xiaobo foi distinguido pela sua luta longa e não violenta pelos direitos fundamentais da China", justificou o Comité Nobel Norueguês, que é composto por cinco pessoas escolhidas pelo parlamento norueguês.