A proa do paquete "Costa Concordia", está a movimentar-se continuamente a um ritmo de 15 milímetros por hora e a popa a sete milímetros, segundo o gabinete de imprensa da Protecção Civil italiana.
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Os movimentos da estrutura do navio de cruzeiro que naufragou há uma semana junto à ilha de Giglio, Itália, voltaram esta sexta-feira a obrigar à suspensão das operações de busca de desaparecidos.
A estrutura do navio, que está parcialmente submersa, é observada por numerosos instrumentos, nomeadamente um radar colocado num rochedo ao nível do navio que regista 100 imagens por segundo.
O responsável pelas operações de vigilância dos movimentos da estrutura, Nicola Casagli, professor da Universidade de Florença, explicou que estão a ser utilizados sete tipos de instrumentos diferentes, incluindo radares, um 'scanner' e mais de 20 detectores de movimento.
"Temos duas hipóteses para explicar estes movimentos do navio. A primeira, interna, decorrente da entrada progressiva de água no navio que o vai tornando mais pesado", disse Casagli, frisando que, tratando-se de um navio de 300 metros, uma deslocação de centímetros não é muito expressiva.
"A segunda hipótese, externa, é que a fricção entre o navio e as rochas nas quais está apoiado não seja suficiente para o impedir de deslizar para baixo", prosseguiu.
"Não sabemos concretamente como se vai comportar o navio, se vai afundar-se ou não antes de terminar o fim-de-semana. Temos de ver como reage às alterações meteorológicas, à direcção do vento e ao estado do mar", acrescentou.
O responsável indicou que, segundo as imagens recolhidas por um robô submarino, "a popa e a proa estão pousadas em duas rochas e a parte central está suspensa".
O mesmo robô, com capacidade para descer até aos 500 metros de profundidade, está a ser utilizado para procurar as duas dezenas de desaparecidos no naufrágio, segundo o porta-voz dos bombeiros Luca Cari.
O naufrágio do "Costa Concordia", que transportava 4229 pessoas, fez até agora 11 mortos. Duas dezenas de pessoas continuam desaparecidas.