Dois meses depois de ter sido descoberto que o casal Turpin, nos EUA, mantinha os 13 filhos acorrentados em casa, sabe-se que as crianças estão agora "felizes" em três diferentes lares e falam-se regularmente.
Corpo do artigo
As autoridades, segundo escreve a CNN, anunciaram que os filhos do casal Turpin encontram-se em três casas diferentes no condado de Riverside, na Califórnia, depois de terem tido alta do hospital, onde se encontravam em recuperação e onde criaram uma ligação com os profissionais.
9063762
O diretor do centro médico regional de Corona, Mark Uffer, citado pela CNN, espera que os irmãos possam agora aprender várias coisas do dia a dia, "como ir às compras ou cozinhar", e contou que, apesar de todas as coisas que alegadamente lhes foram feitas, "ainda têm a capacidade de amar e confiar nas pessoas que têm sido boas para eles. Os seus espíritos não foram destruídos".
Seis dos irmãos são menores e os restantes sete são já adultos, com idades compreendidas entre os dois e os 29 anos, mas apresentarão deficiências cognitivas. As duas crianças mais novas, as que inspiram mais cuidados, estão agora num lar de adoção em Riverside, separadas das restantes, uma vez que nenhum local foi capaz de acomodar todos os seis menores, segundo uma fonte de investigação.
9050806
Outra fonte revelou que eles falam "regularmente por Skype" e que "estão felizes por estarem noutro sítio". Acrescentou ainda que a educação dos filhos Turpin era "inexistente" e que a rapariga de 17 anos, que conseguiu escapar, teria o correspondente ao primeiro ano de escolaridade.
Os pais, Louise e David, afirmam que os filhos tinham educação escolar a partir de casa, mas esta fonte próxima à investigação, citada pela CNN, caracterizou-a como uma "farsa, uma forma de obter dinheiro do condado e do Estado".
Tanto Louise, de 49 anos, como David, de 56, ficaram impedidos de se aproximarem a menos de 100 metros dos filhos, com quem não podem falar, nem pessoalmente, nem com recurso a qualquer equipamento tecnológico durante os próximos três anos. Telefones e tablets de fora, o único contacto que os Turpin poderão manter com os filhos vai ser feito através dos advogados, adiantou o britânico "The Independent".
O casal Turpin está acusado de 12 crimes de tortura, sete de abuso contra um adulto dependente, nove de abuso de menores e 12 de sequestro. Louise está ainda acusada de um crime de agressão e David enfrenta também acusação pela prática de um "ato obsceno" contra "uma das menores", uma vez, que segundo um dos procuradores responsáveis pelo caso, terá tocado de forma "inapropriada" numa filha de 14 anos.
Apesar de continuarem a reclamar a inocência, os pais permanecem detidos, sob fiança de quase 10 milhões de euros cada um, e estão proibidos de se aproximarem ou contactarem com os filhos, através de qualquer meio.
Para o dia 14 de maio, foi agendada uma audiência preliminar sobre o caso, que deverá determinar se há provas suficientes que justifiquem um julgamento. Os advogados já deixaram claro que a data é apertada, uma vez que ainda há várias provas que necessitam de análise.