A polícia de Hong Kong deteve 232 pessoas num caso de fraude online, que teve como alvo uma mulher de 80 anos enganada em 9,1 milhões de dólares de Hong Kong (um milhão de euros).
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Segundo o jornal "South China Morning Post", a operação decorreu ao longo de uma semana e visou criminosos que se faziam passar por consultores de investimento e pessoas que vendiam as suas contas bancárias a organizações de lavagem de dinheiro.
Durante a investigação, foram registadas 265 queixas de 328 vítimas, com idades compreendidas entre os 19 e os 80 anos, que sofreram perdas de mais de 180 milhões de dólares de Hong Kong (21,5 milhões de euros).
Burlão fez-se passar por potencial inquilino
De acordo com o inspetor Albert Chow Ka-yun, da brigada de crimes tecnológicos e financeiros do distrito de Sau Mau Ping, o caso mais grave envolveu uma reformada octogenária que perdeu milhões de dólares locais.
A mulher, que era proprietária de um apartamento, conversou online durante quatro meses com um burlão que se fez passar por um potencial inquilino, alegou ser analista bancário e convenceu-a a investir em criptomoedas, garantindo-lhe que tinha informações privilegiadas.
O titular de uma conta fictícia foi detido no âmbito deste processo, no qual não estão excluídas outras detenções.
A operação antifraude terminou no sábado com a detenção de 157 homens e 66 mulheres, com idades compreendidas entre os 18 e os 69 anos, acusados de crimes de burla, fraude e branqueamento de capitais.
A maior parte das pessoas detidas eram titulares de "contas fictícias" que tinham emprestado os seus dados bancários pessoais a criminosos em troca de centenas ou milhares de dólares.
O inspetor Law Kwan-Kit, da brigada de combate ao crime financeiro e tecnológico do distrito de Tseung Kwan O, disse que o grupo tinha criado uma plataforma de negociação falsa para atrair pessoas que procuravam investimentos de baixo risco e de elevado retorno.
"Estes autores de fraudes promovem investimentos em criptomoedas, ações da China continental, metais preciosos e moedas estrangeiras para atrair as vítimas", acrescentou Kwan-Kit.
As autoridades instaram as pessoas a não emprestarem ou venderem as suas contas bancárias a terceiros para obterem um lucro rápido, uma vez que poderão ser acusadas de branqueamento de capitais, mesmo que não conheçam a origem ou a utilização dos fundos.
O branqueamento de capitais na antiga colónia britânica é punível com uma pena de prisão até 14 anos e uma multa de cinco milhões de dólares de Hong Kong (598 mil euros).