Cerca de 250 manifestantes, entre os quais três deputados belgas, foram detidos, esta quinta-feira, em Bruxelas, na sequência de um protesto contra o acordo de livre comércio entre União Europeia e Estados Unidos.
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"Registaram-se 249 detenções", disse à agência francesa AFP Sebastian Franco, porta-voz da aliança belga D19-20, que agrupa sindicatos e associações de agricultores, desempregados e artistas que contestam o acordo que está a ser negociado, classificando-o como uma "catástrofe social, ecológica e alimentar".
Os cerca de mil manifestantes concentraram-se, ao início da manhã, perto do Palácio da Justiça, mas pequenos grupos estendiam-se até ao Palácio de Egmont, onde a organização patronal European Business Summit estava reunida para ouvir o comissário europeu para o comércio, Karel De Gucht, sobre o acordo.
A polícia belga justificou a atuação afirmando que os manifestantes não tinham autorização para estar nas imediações do edifício onde decorria a reunião e que tencionavam impedir que esta se realizasse.
O porta-voz da polícia, Christian de Coninck, disse que os manifestantes deverão ser libertados em breve e confirmou que há deputados belgas entre os detidos, que foram soltos mal a sua identidade foi conhecida.
"É lamentável que deputados tenham agido à margem da lei", considerou o porta-voz da polícia, Christian de Coninck.
Os dois eurodeputados belgas do grupo ecologista, Philippe Lamberts e Bart Staes, condenaram as detenções, garantindo que a manifestação não foi violenta, e exigiram explicações sobre as razões para os "deslizes policiais" à autarquia de Bruxelas, liderada por um socialista.
"Um futuro acordo comercial transatlântico poderá ter consequências muito significativas nas normais sociais, sanitárias e ambientais europeias, que serão niveladas por baixo", denunciaram os deputados.