Um dissidente cubano morreu, domingo, depois de confrontos com as autoridades durante uma manifestação em Santa Clara, centro de Cuba.
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Juan Wilfredo Soto morreu ao princípio da manhã deste domingo, disse o dissidente Guillermo Fariñas numa conversa telefónica com a agência Associated Press.
Segundo Fariñas, Soto foi detido e espancado na quinta-feira durante um protesto contra o regime, tendo sido hospitalizado. Os médicos disseram que morreu de pancreatite.
Até ao momento, a AP não recebeu resposta ao pedido de informação que fez ao governo cubano nem conseguiu confirmar este caso junto de fonte independente.
A pancreatite pode ser causada por vários factores e Fariñas admitiu que Soto, de 46 anos, tinha vários problemas de saúde, incluindo diabetes, gota e problemas cardíacos e circulatórios. Mas para Fariñas, a polícia foi responsável pela morte de Soto. "Este assassínio não pode ficar impune", disse.
Pouco conhecido fora de Santa Clara, Soto foi um dos apoiantes da greve de fome de 134 dias que Guillermo Fariñas fez em 2010 para exigir a libertação dos prisioneiros políticos em Cuba. O protesto foi reconhecido pela União Europeia, que atribuiu a Fariñas o Prémio Sakharov de direitos humanos.
Outro dos dissidentes mais conhecidos, Elizardo Sánchez, presidente da Comissão para os Direitos Humanos e Reconciliação Nacional, também responsabilizou a polícia pela morte de Soto. "Pensamos que os golpes que recebeu foram um catalizador. Não pensamos que tenha havido intenção da política de o matar, mas houve confrontos quando ele gritou palavras de ordem contra o governo", disse, também à Associated Press.