O governo espanhol aprovou, esta sexta-feira, em Conselho de Ministros, um plano estratégico nacional de luta contra a "radicalização violenta", visando prevenir, entre outras atividades extremistas, a captação de jiadistas dentro e fora de Espanha e no ciberespaço.
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O plano - em elaboração há dois anos - não designa especificamente o terrorismo islâmico como alvo, mas na conferência de imprensa que se seguiu à reunião do Executivo, o ministro do Interior deixou claro que, nesta primeira fase, visa combater a ameaça do jiadismo.
"Não restam dúvidas de que, atualmente, a principal ameaça provém do terrorismo jiadista, com atentados em diversas cidades do mundo, como em 2001 em Nova Iorque e Washington, em 2002 em Bali, em 2003 em Casablanca, em 2004 em Madrid, em 2005 em Londres, entre outros, e mais recentemente, no princípio deste mês em Paris", disse Jorge Fernández Díaz.
Com este plano, acrescentou o ministro, as autoridades pretendem "interromper a corrente de transmissão da radicalização", recordando que quatro em cada cinco processos de radicalização jiadista acontecem através da Internet.
Fernández Díaz explicou que o plano terá três linhas de atuação, um nível interno, outro internacional e um terceiro, o ciberespaço, bem como três áreas: o antes, ou seja a prevenção; o "durante", a área de vigilância e, por último, o "depois", a atuação propriamente dita face a um processo de radicalização.
O plano será coordenado pelo Ministério do Interior, que dirigirá a ação através do novo Grupo Nacional de Luta contra a Radicalização violenta, composto por 12 ministérios, a Federação de Municípios e Províncias (FEMP) e a Fundação Pluralismo e Convivência do Ministério da Justiça.
Por sua vez, o Grupo Nacional coordenará grupos locais criados em cada município e que serão compostos por representantes da polícia local ou autonómica, instâncias judiciais e autoridades municipais, Centros Escolares e entidades sociais.
O plano traça um sistema específico de troca de informação entre a administração local e central.
Este é um "instrumento essencial", que criará "estruturas necessárias" para detetar focos de extremismo, concluiu Jorge Fernández Díaz.