Os EUA assinaram este sábado um acordo de paz com os Talibãs para a retirada de todas as tropas americanas (e da NATO) do Afeganistão, após mais de 18 anos de conflito.
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Segundo avança a BBC, em 14 meses, deverá estar concluída a retirada gradual das tropas no Afeganistão, período durante o qual os americanos se comprometem a não fazer uso da força.
O acordo entre as partes foi anunciado após um encontro na capital do Qatar, Doha, que o Secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, já descreveu como "histórico". "Este é um momento cheio de esperança, mas é só o princípio, há uma grande quantidade de trabalho pela frente no campo diplomático", afirmou, em Doha.
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Mike Pompeo disse ainda que os EUA têm uma visão "realista" do acordo, mas que estão a "agarrar a melhor oportunidade de paz numa geração".
A União Europeia (UE) já pediu que as negociações para uma paz duradoura entre afegãos comecem "sem demora". "A UE considera a conclusão do acordo entre Afeganistão e EUA e entre os EUA e os talibãs um importante primeiro passo em direção a um processo de paz completo, com as negociações entre afegãos no centro", disse o representante da União Europeia para a política externa, Josep Borrell, numa declaração em nome dos 27 Estados-membros.
A assinatura do acordo ocorre uma semana depois de a coligação internacional liderada pelos Estados Unidos e os talibãs se comprometerem a reduzir a violência na região. Em causa está a possibilidade de negociações diretas entre os rebeldes e o Governo afegão, que o movimento insurgente tinha até agora recusado, e que deverá conduzir a um tratado permanente de paz, terminando uma guerra que remonta a 2001 e que se tornou o mais longo conflito militar em que os Estados Unidos estiveram envolvidos.
Os Estados Unidos invadiram o Afeganistão depois dos ataques de 11 de setembro, em 2001, para derrotar os talibãs, que abrigaram Osama Bin Laden.
Mais de 2.400 soldados dos EUA foram mortos durante o conflito e cerca de 12 mil ainda estão no Afeganistão.