Um mês depois de ter regressado à vida pública, o ex-líder cubano Fidel Castro celebrou, hoje, sexta-feira, 84 anos. Em Havana, centenas de crianças festejaram o aniversário com bolo e cânticos de "Felicidades para el comandante". Fidel está de volta. E à política também.
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Um problema de saúde afastou Fidel Castro dos olhares do Mundo. Foi há quatro anos. Uma lenta recuperação levou-o, dois anos depois, a passar o poder para as mãos do seu irmão, Raúl Castro.
Poucas imagens se viam do ex-líder. De vez em quando, chegavam instantes filmados da sua rotina. Mostravam um homem de saúde frágil.
Mas foi a ostentar o orgulho na sua farda verde-oliva, que Fidel Castro se apresentou, recentemente, na Assembleia Nacional, onde discursou ao longo de 12 minutos. Disse estar “completamente recuperado”.
O regresso à vida pública já se vinha a notar desde há uns meses, com artigos na Imprensa, posições políticas acerca da guerra e conselhos a Barack Obama. Entretanto, lançou o seu novo livro: quase 900 páginas sobre a revolução cubana.
O aniversário do ex-chefe de Estado é celebrado ao longo de três dias em Cuba, num evento organizado por artistas locais a que chamaram “Jornada Artística con Fidel y por la Paz”.
Recitais de poesia, leitura de livros e concertos fazem parte das comemorações.
Hoje, sexta-feira, coros de 200 crianças cantaram para Fidel em vários pontos do país. Amanhã, na Universidade de Havana, onde Fidel estudou Direito e se envolveu na vida política, decorre um concerto em sua homenagem.
Como revelou no livro “La victoria estrategica”, escrito ao longo da sua luta contra uma doença nos intestinos, Fidel não nasceu político. “Sou um rebelde. A minha infância e juventude tornaram-me revolucionário e combatente”, lê-se na obra.
Fidel Castro nasceu na aldeia de Birán. Era o terceiro de sete irmãos. “Não nasci político, mas observei feitos que, gravados na minha mente, ajudaram-me a compreender as realidades do Mundo”, escreveu o autor na introdução do livro.
Aos 84 anos, Fidel Castro diz que tem muito tempo para dedicar-se à escrita do segundo volume da obra, que passara a ser a sua principal ocupação. “Para já, não tenho nada mais importante para fazer”, disse.