O presidente francês afirmou, esta sexta-feira, que os ataques militares contra a Síria podem acontecer na quarta-feira e que a rejeição britânica de uma intervenção não vai alterar a posição de Paris.
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"A França quer uma ação proporcionada e firme contra o regime de Damasco", declarou François Hollande, numa entrevista ao jornal "Le Monde", um dia depois dos deputados britânicos terem recusado uma intervenção militar na Síria.
Na quarta-feira, o parlamento francês reúne-se em sessão extraordinária para um debate, sem votação, sobre a situação na Síria.
"Cada país é soberano para participar, ou não, numa operação. Isso vale para o Reino Unido, como para a França", indicou Hollande, questionado sobre a possibilidade de intervir na Síria sem Londres.
"Vou falar hoje com [o presidente norte-americano] Barack Obama", acrescentou.
Hollande, a partir de agora o principal aliado dos Estados Unidos, na sequência da decisão britânica, excluiu qualquer intervenção antes da saída dos inspetores da ONU, que estão a investigar na Síria os alegados ataques com arma química.
A missão da ONU deve deixar o país no sábado e apresentar de imediato um primeiro relatório oral ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
Sobre o objetivo da intervenção, Hollande afirmou não ser "favorável a uma intervenção internacional para 'libertar' a Síria ou derrubar o ditador".
"Mas penso que se deve travar um regime que comete atos irreparáveis contra a população", acrescentou.
"Uma série de indícios (aponta) no sentido da responsabilidade do regime" do presidente Bashar al-Assad, após a morte de centenas de pessoas, a 21 de agosto, nos arredores de Damasco, em ataques com armas químicas, justificou.