Manuel Valls, primeiro-ministro francês, alertou, esta quinta-feira, para o risco de haver novos ataques com armas químicas e bacteriológicas. França quer prolongar estado de emergência por três meses.
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"Hoje em dia não podemos excluir nenhum cenário. Digo-o com certeza com a maior das precauções, mas sabemos que existe também um risco de armas químicas e biológicas", declarou, durante um discurso perante a Assembleia Nacional.
A França quer prolongar o estado de emergência, decretado na sexta-feira após os atentados em Paris, por três meses.
"Nós estamos em guerra", voltou a garantir o primeiro-ministro, na sequência das palavras duras de François Holland, que avisou a França e o mundo que o seu país está em estado de guerra contra o terrorismo e contra o Estado Islâmico. "Não é uma guerra tradicional, mas uma nova guerra onde o terror é a primeira e única arma", disse..
As palavras de Valls acentuam a situação muito tensa que se vive na capital francesa, embora a manhã de hoje tenha surgido mais calma do que a de ontem, em que num raide policial em Saint-Denis, nos arredores de Paris, em que foram disparadas cerca de cinco mil balas, morreram duas pessoas e foram detidas outras oito.
Abdelhamid Abaaoud, considerado o mentor dos atentados em Paris, terá sido morto, segundo o "Washington Post, embora a investigação, não negando a informação, recusou-se a confirmar a identidade dos mortos na operação policial de ontem.
Hoje também, surgiu um vídeo chocante dos atentados, com imagens de videovigilância do restaurante "Casa Nostra", um dos locais atacados na sexta-feira pelos jiadistas e em que morreram cinco pessoas.
À medida que a investigação sobre os atentados de Paris, reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI), se estende a vários países europeus, Valls pediu à UE para adotar urgentemente medidas que permitam acesso e partilha de dados sobre passageiros de companhias aéreas.
"Mais que nunca, é tempo de a Europa adotar o texto... para garantir que se possa seguir os movimentos, incluindo dentro da união. É uma condição para a nossa segurança coletiva", afirmou.
Entretanto, a polícia francesa foi autorizada a estar armada mesmo fora de serviço, de acordo com uma diretiva do comando policial. Os agentes estão autorizados a usar armas no caso de um atentado terrorista, desde que usem uma identificação no braço para evitar "qualquer confusão", indica a diretiva a que a agência noticiosa francesa AFP teve acesso e que a Lusa divulgou.
Em Bruxelas, a polícia realizou sete operações de buscas antiterroristas em diferentes pontos da cidade de Bruxelas, uma das quais diretamente relacionada com os ataques terroristas da passada sexta-feira em Paris, anunciou a procuradoria federal.