A polícia francesa evacuou, esta quinta-feira, um campo de 350 imigrantes em Calais, onde os exilados continuam a aglomerar-se na esperança de chegar à costa inglesa.
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De acordo com o presidente da Câmara de Calais, Jacques Billant, este acampamento instalado há vários meses num terreno privado constituía "o maior local de fixação dos migrantes em Calais".
Para o autarca, a sua evacuação, na sequência de decisões judiciais proferidas em março, foi "absolutamente necessária" face à "situação de insegurança e insalubridade".
A autarquia francesa afirmou que todos os migrantes presentes esta manhã no campo, quase 300, aceitaram ser transportados para centros de acolhimento no norte de França, numa operação que as autoridades consideram ter sido "realizada em tranquilidade", apesar de cinco migrantes terem sido detidos.
Contudo, Pierre Roques, coordenador de uma organização de apoio a migrantes, disse que apenas observou 50 migrantes a deixar o campo de forma voluntária, admitindo que os restantes terão sido forçados a entrar nos autocarros que os transportaram para o norte de França.
Roques lamentou que os migrantes retirados tenham de regressar a este campo dentro de alguns dias, como tem acontecido em momentos anteriores.
Na quarta-feira, um imigrante sudanês morreu atropelado por um camião quando tentava entrar para chegar a Inglaterra.
As autoridades francesas têm tentado evitar que a costa norte do país seja utilizada como ponto de fixação dos migrantes que procuram chegar à costa inglesa.
Cerca de 46 mil migrantes conseguiram cruzar o Canal da Mancha em barcos improvisados em 2022, um número recorde, e oito mil foram resgatados em águas francesas.
