O G7 concordou em impor novas sanções à Rússia devido à crise na Ucrânia, com fonte oficial dos EUA a indicar que as medidas norte-americanas poderão ser aplicadas já a partir da próxima segunda-feira.
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"Nós concordamos em impor rapidamente sanções adicionais à Rússia", refere a declaração conjunta do grupo dos sete países mais industrializados do mundo, divulgada em Seul.
"Face à urgência de garantir a oportunidade de uma votação democrática bem-sucedida e pacífica para as eleições presidenciais da Ucrânia, no próximo mês, assumimos o compromisso de agir rapidamente para intensificar as sanções e medidas, a fim de aumentar os custos das ações por parte da Rússia", refere o grupo, formado pelo Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos, em comunicado.
Apesar de terem acordado agir rapidamente para impor sanções adicionais à Rússia, os países do G7 realçaram, porém, manter a porta da diplomacia aberta.
"Apesar de continuarmos a preparar sanções mais amplas, sublinhamos que a porta continua aberta a uma solução diplomática para esta crise na base do acordo de Genebra. Instamos a Rússia a unir-se a nós no compromisso para com esse caminho", refere a declaração conjunta, citada pelas agências internacionais.
Os chefes da diplomacia dos Estados Unidos, União Europeia, Rússia e Ucrânia selaram um compromisso, a 17 de abril, em Genebra, em que instam os "grupos armados ilegais" pró-russos que se revoltaram contra o Governo ucraniano a deporem as armas e a pôr termo à ocupação de edifícios públicos e outros locais, em troca de promessas de amnistia e mais autonomia para as regiões russófonas do leste da Ucrânia.
Neste âmbito, o G7 elogia a forma "moderada" como o novo Governo de Kiev lidou com os grupos armados pró-russos que tomaram edifícios governamentais no leste da Ucrânia.
"Em contraste, a Rússia não tomou qualquer medida concreta" relativamente ao compromisso assumido em Genebra: "Não demonstrou publicamente o seu apoio ao acordo, não condenou os separatistas de procurarem desestabilizar a Ucrânia, nem apelou às milícias armadas para abandonarem pacificamente os edifícios governamentais que ocuparam e para entregarem as armas".
"Em vez disso, continuou a [contribuir para a] escalada da tensão com o aumento de uma preocupante retórica e ameaçadoras manobras militares junto à fronteira da Ucrânia", sustenta o G7, reiterando a sua forte condenação à anexação da Crimeia e Sevastopol, a qual afirmam não reconhecer.
"Vamos agora prosseguir com as consequências jurídicas e práticas desta anexação ilegal, as quais incluem, mas não se limitam, às esferas económica, comercial e financeira, aponta o G7 no comunicado.
A Ucrânia realiza a 25 de maio eleições presidenciais antecipadas para escolher um poder legítimo através do voto, após a deposição, no final de fevereiro, do Presidente pró-russo Viktor Ianukovich, na sequência de três meses de contestação que terminaram num banho de sangue e na perda da península da Crimeia, anexada à Rússia.