O vulcão da ilha do Fogo, em Cabo Verde, voltou, este domingo, a aumentar a atividade. O edifício do Parque Natural do Fogo foi destruído pela lava que ameaça agora soterrar a localidade da Portela.
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A uma velocidade de cerca de 20 metros por hora, várias estradas e campos foram também destruídos pelo fluxo de lava, que chegou a avançar a um metro por minuto. Nuno Oliveira, coordenador das operações do Serviço Nacional de Proteção Civil, disse à Lusa que "a situação está muito complicada". A única estrada alternativa entre o Parque e a Portela foi fechada.
Tendo em conta a velocidade da lava, Sónia Vitória, do Observatório Vulcanológico, admitiu a possibilidade da Portela (onde 15 habitações ficaram destruídas) ficar soterrada, dependendo da topografia do terreno, uma vez que a principal cratera, bem como sete novas bocas entretanto surgidas, continuam a jorrar brasas incandescentes. Se a principal localidade de Chã das Caldeiras for atingida, a povoação de Bangaeira também deverá ser afetada pela 27.ª erupção vulcânica na ilha desde 1500.
O observatório está a analisar a atividade do vulcão, mas é "impossível" determinar o fim das erupções. "Agora o foco emissor está a emitir lavas, piroclastos e gases e, em quatro, seis, oito horas, ou daqui a pouco, pode cessar. Não sabemos o intervalo de paragem e de arranque da erupção", acrescentou Sónia Vitória.
Para além da segurança da população, que foi retirada da localidade, outra das preocupações das autoridades é a preservação da produção de vinho, já que o edifício da adega local se encontra em risco.