Pelo menos 182 pessoas foram detidas em diversas regiões da Rússia à margem de manifestações não autorizadas pela libertação do opositor Alexei Navalny, detido e em greve de fome.
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Segundo a organização não governamental (ONG) OVD-Info, que monitoriza os protestos na Rússia, estas detenções ocorreram em pelo menos 40 cidades, em particular na Sibéria e no Extremo-Oriente devido à diferença horária, com as manifestações previstas para as 19 horas locais (12 horas em Portugal continental).
Diversos ativistas foram detidos antes do início dos protestos, outros enquanto decorriam os desfiles. Foram ainda relatadas buscas em locais com ligação à organização do opositor.
São ainda esperadas manifestações em Moscovo e São Petersburgo ao final da tarde.
Na capital, carrinhas da polícia e agentes foram destacados para diversas ruas do centro da cidade. A praça Vermelha e uma praça adjacente, locais previstos para o protesto, foram encerradas.
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Em Vladivostok, nas margens do Pacífico, várias centenas de manifestantes desfilaram sem incidentes, sob vigilância policial.
"Liberdade para os presos políticos", "Não à guerra, às repressões e à tortura", foram algumas das frases exibidas em cartazes, segundo a agência noticiosa AFP.
Na Sibéria, pelo menos duas mil pessoas desfilaram nas grandes cidades de Irkutsk e de Novossibirsk, segundo o meios de comunicação independente Taiga.info.
"Navalny deve viver!", gritaram os manifestantes em Novossibirsk, segundo um vídeo divulgado pela Taiga.info.
Khelga Pirogova, uma deputada municipal pró-Navalny de Novossibirsk, declarou à agência AFP que nesta cidade as manifestações estavam a decorrer "pacificamente, e sem detenções".
Os apoiantes do opositor apelaram a concentrações numa centena de cidades da Rússia, o dia do discurso anual do presidente Vladimir Putin.
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O anterior movimento de contestação, após a detenção de Navalny em janeiro, originou mais de 11 mil detenções e pelo menos sete pesadas penas de prisão por acusações de "violência" contra a polícia. A maioria dos confrontos e das detenções ocorreram em Moscovo e São Petersburgo.
Alexei Navalny, o principal oponente do presidente russo, Vladimir Putin, foi preso em janeiro ao regressar da Alemanha, onde passou cinco meses a recuperar de um envenenamento com um agente neurotóxico que foi atribuído ao Kremlin, acusações que as autoridades russas rejeitaram.
O opositor está há três semanas em greve de fome e, segundo os apoiantes, o seu estado de saúde inspira cuidados.