Um grupo de líderes tribais e habitantes de Kandahar assegurou que o massacre de 16 civis no domingo por um soldado norte-americano foi uma "vingança", segundo a agência de notícias AIP.
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Um centena de habitantes do distrito de Panjwai, onde ocorreu o massacre, participaram numa conferência de imprensa onde asseguraram que o massacre foi perpetrado por vários militares e não por um, conforme afirmam os Estados Unidos e a missão da NATO.
"Um engenho explodiu à passagem de um veículo na zona de Zangabad, distrito de Panjwai, há três dias", explicou na segunda-feira um dos líderes tribais, Haji Muhammad Shah Khan, em declarações citadas pela AIP.
Segunda a mesma fonte, "mais tarde, os soldados dos Estados Unidos reuniram várias pessoas na zona e acusaram-nas da instalação do engenho. Disseram que se vingariam e atacariam mulheres e crianças da zona".
Segundo outro local, Haji Muhammad Hassan, o massacre foi realizado por um grupo de soldados com apoio aéreo, apesar de as autoridades afegãs, dos Estados Unidos e da missão da NATO terem atribuído o ataque a um militar sob o efeito de uma alegada "crise nervosa".
Os líderes tribais e habitantes de Kandahar pediram aos Estados Unidos, comunidade internacional e Nações Unidas a abertura de uma investigação e ameaçaram com uma "rebelião nacional" caso ocorra outro incidente armado contra civis.
O presidente norte-americano, Barak Obama, expressou no domingo as suas condolências às famílias das vítimas e repudiou o incidente que o seu homónimo afegão, Hamid Karzai, qualificou de "imperdoável" por tratar-se de um "assassinato premeditado".