Pelo menos sete pessoas foram mortas e 47 feridas no bombardeamento, no sábado, de um hospital que recebe o apoio dos Médicos sem Fronteiras a norte da província central síria de Homs.
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A organização Médicos sem Fronteiras (MSF) denunciou o ataque num comunicado, divulgado esta terça-feira, no qual assinala que quase metade dos feridos, um total de 23, são mulheres e crianças ou adolescentes.
O ataque, efetuado com barris de explosivos, provocou a destruição parcial do centro sanitário, instalado numa zona sitiada da província de Homs, com 47 doentes a serem transportados para outros hospitais de campanha da região, com alguns a falecerem durante o trajeto.
O comunicado precisa que às 09.40 horas locais (07.40 horas em Portugal continental) de sábado, um barril de explosivos lançado por um helicóptero caiu numa zona residencial da localidade de Al Zafarana, a nordeste de Homs, provocando a morte de uma homem e de uma menor, para além de 16 feridos.
A MSF refere que estas vítimas foram enviadas para o hospital de Al Zafarana. No entanto, e pouco depois, outro barril de explosivos explodiu junto ao centro hospitalar, provocando danos na unidade de diálise.
Mais tarde, pelas 08.30 horas (hora em Portugal continental), quando os feridos do primeiro barril estavam a ser assistidos, novas bombas do mesmo tipo foram lançadas na entrada do hospital, provocando um morto e 31 feridos, entre doentes e pessoal hospitalar.
"Este bombardeamento fornece todos os indícios da [técnica] do 'duplo disparo', onde uma área é bombardeada e pouco depois um segundo ataque golpeia a resposta das equipas médicas ou o hospital mais próximo que proporciona tratamento", afirmou o diretor da Operação dos MSF, Bric de le Vingne.
Segundo a ONG, ainda não é possível saber se o hospital de Al Zafarana pode retomar as suas atividades após o ataque, porque muitas das suas secções situadas no exterior do complexo foram destruídas, assim como a unidade de diálise e equipamento sanitário.
A MSF referiu ter oferecido apoio para reparar ou transferir o hospital para outro local, e enviará novos apetrechos caso o centro consiga retomar a atividade.
De le Vigne sublinhou que este hospital fornecia assistência a 40.000 pessoas residentes em Al Zafarana e nos arredores.
Os MSF apelaram a todas as partes do conflito sírio para evitarem ataques contra infraestruturas civis, incluindo hospitais e ambulâncias.