O programa nuclear do Irão e o terceiro teste nuclear realizado pela Coreia do Norte mereceram a referência de Barack Obama no discurso do Estado da União.
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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, exortou o Irão a firmar um acordo diplomático para acabar com a crise provocada pelo seu controverso programa nuclear, duas semanas antes de uma reunião entre Teerão e as grandes potências.
"Os líderes do Irão devem admitir que é chegada a hora de (encontrar) uma solução diplomática, porque uma coligação está unida para exigir que eles cumpram as suas obrigações" internacionais, declarou o Obama, durante o seu discurso perante o Congresso sobre o Estado da União.
O presidente norte-americano garantiu ainda que os Estados Unidos vão tomar "medidas firmes" em conjunto com os seus aliados contra as "provocações" da Coreia do Norte depois deste regime ter realizado o seu terceiro teste nuclear.
"O regime da Coreia do Norte deve saber que eles só vão alcançar a segurança e a prosperidade ao cumprirem as suas obrigações internacionais", disse Obama ao Congresso no seu discurso anual sobre o Estado da União.
"As provocações do tipo que vimos na noite passada só vai isolá-los ainda mais e, ao lado dos nossos aliados, (queremos) fortalecer a nossa defesa antimísseis e levar o mundo a tomar uma ação firme em resposta a estas ameaças", disse.
Barack Obama anunciou igualmente a intenção de negociar com a Rússia uma redução adicional do arsenal nuclear de ambos os países depois da adoção do Tratado START de desarmamento nuclear no final de 2010.
"Vamos envolver a Rússia para procurar reduções adicionais nos nossos arsenais nucleares e continuar a liderar o esforço global para evitar que materiais nucleares caiam nas mãos erradas", disse Obama, durante o seu discurso sobre o Estado da União.
Desde a ratificação do Tratado START (sigla em Inglês do Tratado sobre a Redução de Armas Estratégicas), que foi assinado em 08 de abril de 2010 pelo Presidente norte-americano Barack Obama e pelo seu homólogo russo, Dmitry Medvedev, as discussões sobre o desarmamento nuclear entre os dois antigos rivais da Guerra Fria arrefeceram.
O tratado, assinado por dez anos, prevê um máximo de 1550 ogivas nucleares e 700 sistemas (mísseis e bombardeiros estratégicos) para cada um dos dois países, ou seja, uma redução de 30%.
Washington espera que as eventuais discussões com a Rússia contemplem não apenas as armas estratégicas (mísseis nucleares de longo alcance e os mais potentes), "mas também as armas nucleares táticas e as ogivas nucleares na reserva", afirmou à AFP uma porta-voz do Pentágono, a tenente-coronel Monica Matoush.
O conselheiro para a segurança nacional, Tom Donilon, deverá deslocar-se a Moscovo em março para preparar o quadro das discussões, indicou por sua vez o "New York Times".