O presidente dos Estados Unidos, o democrata Barack Obama, reiterou o apelo ao Congresso norte-americano, atualmente controlado pelos republicanos, para o levantamento do embargo económico contra Cuba, imposto por Washington em 1962.
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O pedido de Obama surge no dia em que se assinala o primeiro aniversário do anúncio da aproximação histórica entre os Estados Unidos e Cuba. Após mais de 50 anos sem relações diplomáticas, os dois países anunciaram, a 17 de dezembro de 2014, que iam iniciar negociações para o restabelecimento.
"O Congresso pode promover uma vida melhor para o povo cubano ao levantar um embargo que é uma herança de uma política que fracassou", indicou Obama, num breve comunicado.
O embargo proíbe, por exemplo, que cidadãos norte-americanos invistam ou façam turismo na ilha caribenha. Também ao abrigo do embargo, Washington pode aplicar multas pesadas a empresas, com filiais nos Estados Unidos, que arrisquem fazer negócios em Cuba.
Decretado em fevereiro de 1962, e severamente reforçado pela lei Helms-Burton de 1996, o embargo é frequentemente denunciado por Havana como um obstáculo ao desenvolvimento da ilha caribenha, com prejuízos estimados superiores a 100 mil milhões de dólares (cerca de 89 mil milhões de euros).
"Hoje, a bandeira norte-americana flutua novamente na nossa embaixada em Havana. Hoje, mais americanos viajam para Cuba e interagem com o povo cubano como nunca acontece nos últimos 50 anos", prosseguiu Obama.
"Continuamos a ter divergências com o governo cubano, mas vamos resolver esses problemas diretamente e iremos sempre defender os direitos humanos e os valores universais que apoiamos em todo o mundo", acrescentou.
Destacando as etapas importantes que foram alcançadas ao longo deste ano pelos velhos inimigos da Guerra Fria, Obama reconheceu, no entanto, que a "mudança não acontece de um momento para o outro e que a normalização [das relações] será uma longa jornada".
"Os últimos 12 meses são, no entanto, um sinal do progresso que podemos alcançar quando definimos um caminho para um futuro melhor. Durante o próximo ano, vamos manter esta direção, capacitando os cubanos e os americanos para liderar esse caminho", concluiu.
Obama afirmou recentemente que gostava de visitar Cuba antes do fim do mandato presidencial, em janeiro de 2017, mas frisou que a viagem só será possível se forem registados progressos efetivos relativamente às liberdades individuais na ilha.
Hoje, e apesar das viagens turísticas à ilha liderada por Raul Castro continuarem a ser proibidas, os Estados Unidos anunciaram o reinício de um serviço aéreo regular com Cuba."Uma relação mais estreita no plano da aviação civil vai permitir o crescimento de viagens autorizadas entre os dois países", referiu o Departamento de Estado norte-americano, num comunicado.