O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, considerou que será necessária uma operação militar terrestre para travar o movimento extremista Estado Islâmico, alertando ainda que a cidade síria de Kobane está "quase a cair" nas mãos dos jihadistas.
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"O terror não vai acabar (...) a menos que cooperemos para uma operação terrestre", afirmou Recep Tayyip Erdogan, ao dirigir-se aos refugiados sírios que estão no campo de Gaziantep (sul da Turquia).
Na mesma intervenção, que foi transmitida pela televisão, o chefe de Estado turco afirmou que os ataques aéreos não estão a ser suficientes. "Os meses passaram, mas nenhum resultado foi alcançado. Kobane está quase a cair", acrescentou o presidente turco.
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), organização não-governamental com sede em Londres, indicou que mais de 400 pessoas, a maioria combatentes curdos e jihadistas, morreram desde o início da ofensiva do Estado Islâmico (EI), a 16 setembro, na cidade curda de Kobane (Ain al-Arab, em árabe), na província de Alepo (região norte da Síria), junto da fronteira com a Turquia.
"Pelo menos 20 civis, 219 jihadistas do EI e 173 combatentes curdos e dos seus aliados foram mortos" nos combates, precisou a organização, que conta com uma grande rede de informadores dentro da Síria, nomeadamente fontes médicas e militares.
De acordo com o OSDH, o balanço de vítimas mortais será provavelmente muito superior, uma vez que as partes envolvidas nos confrontos tentam esconder as respetivas baixas e as áreas dos combates são de difícil acesso.
Na segunda-feira, e após vários dias de intensos bombardeamentos, os combatentes do grupo radical EI conseguiram entrar em Kobane, pela primeira vez desde o início da ofensiva, o que fez aumentar os receios da queda da cidade.
Aviões da coligação internacional, liderada pelos Estados Unidos, bombardearam várias posições dos jihadistas em Kobane, relatou uma jornalista da agência francesa AFP, a partir da fronteira turca.
Os jihadistas, combatentes que iniciaram em junho uma grande ofensiva e que se assumem como participantes numa guerra santa, proclamaram um "califado" nos vastos territórios que controlam na Síria e no Iraque.