Um comandante dos rebeldes líbios exigiu, esta segunda-feira, um pedido de desculpas dos Estados Unidos e Reino Unido após ter sido entregue às forças de Kadafi, em 2004, para ser torturado.
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Uma série de documentos dos serviços secretos líbios comprova que Abdelhakim Belhaj, um antigo militar islâmico e opositor de Kadafi, foi capturado pela CIA em Banguecoque, em 2004, e entregue ao exército líbio.
Abdelhakim Belhaj esteve preso durante sete anos na prisão de Abu Salim, em Tripoli, onde diz ter sido interrogado pelos serviços secretos britânicos. Citado pelo jornal espanhol "El Mundo", o comandante refere: "O que me aconteceu foi ilegal e merece um pedido de desculpa".
Ao mesmo jornal, Abdelhakim Belhaj confessa que pensou em denunciar os actos dos governos do Reino Unido e dos Estados Unidos . "Não me deixavam dormir e havia ruído constantemente. Era torturado regularmente", conta.
Os documentos, descobertos em Tripoli pela Human Rights Watch (HRW), organização de defesa dos direitos humanos, contêm uma nota da CIA que denunciava chegada de Belhaj e da mulher a Kuala Lumpur e Banguecoque onde deveriam ser detidos e entregues às forças de Kadafi.
Uma carta, escrita por um responsável dos serviços britânicos ao chefe de espionagem de Kadafi, Musa Kusa, elogiava os líbios pela chegada de Belhaj: "É o melhor que podemos fazer por vocês". No mesmo documento salientava-se que toda a operação "era britânica".