O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, discorda das informações norte-americanas de que o regime de Bashar Assad teria realizado um ataque com armas químicas nos arredores de Damasco, informa a diplomacia russa.
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"[O secretário de Estado dos EUA] John Kerry expôs opiniões baseadas, como foi dito, em informação de fontes seguras, segundo as quais a culpa dos incidentes com o alegado emprego de armas químicas recai sobre o Governo da República Árabe da Síria", lê-se num comunicado hoje divulgado.
No documento assinala-se que "semelhante colocação da questão foi recusada por Lavrov, que apresentou a respetiva argumentação da parte russa".
"O ministro frisou que defende uma troca de opiniões concreta e profunda, através dos canais de peritos, sobre os dados existentes a propósito de qualquer caso de alegado emprego de armas químicas na Síria", conclui o comunicado.
Os Estados Unidos acusaram na segunda-feira o regime sírio de ter usado armas químicas num ataque na passada quarta-feira nos arredores de Damasco.
A missão da ONU investiga o ocorrido no local, onde a oposição síria denunciou, na semana passada, a morte de 1300 pessoas por um suposto ataque químico do regime, embora o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, sediado em Londres, e os Médicos Sem Fronteiras apontem para cerca de trezentas.
O Governo de Bashar al-Assad e os rebeldes acusam-se mutuamente da utilização desse tipo de armamento durante o conflito na Síria, um dos sete países que não ratificou a Convenção Sobre Armas Químicas, em 1997.
Desde o início da guerra civil na Síria, em março de 2011, já morreram mais de 100 mil pessoas e quase sete milhões necessitam urgentemente de ajuda humanitária, segundo os últimos números das Nações Unidas.