O número de mortos no ataque russo que atingiu, no sábado, um edifício residencial de nove andares em Dnipro, no leste da Ucrânia, aumentou para 25, entre os quais uma criança, disse, este domingo, o presidente ucraniano.
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"Até ao momento foram resgatadas 39 pessoas, incluindo seis crianças", adiantou Volodymyr Zelensky, na sua conta na rede Telegram, acrescentando que do ataque resultaram também 73 feridos, dos quais 13 crianças, e 43 desaparecidos. Um balanço divulgado anteriormente dava conta de 21 mortes.
O chefe de Estado indicou ainda que foram destruídos 72 apartamentos e danificados mais de 230, na sequência do ataque, realizado a partir da região russa de Kursk.
O serviço de emergências ucraniano montou quatro tendas para socorrer a população, a que se juntaram outras duas organizadas por grupos de voluntários.
"Os psicólogos estão a prestar assistência às vítimas", informou Zelensky.
"Prosseguem as operações de busca e desmantelamento de elementos estruturais perigosos. Sem pausa. Continuamos a lutar por cada vida", assegurou, apresentando condolências às famílias e aos amigos das vítimas.
O governador da região, Valentyn Reznichenko, confirmou que "o desmantelamento das estruturas destruídas do edifício continua" e que "já foram retiradas perto de 3.500 toneladas de escombros".
Segundo a agência AP, que está em Dnipro, foi usado um guindaste nas operações de socorro para tentar resgatar os habitantes presos nos andares superiores do edifício de apartamentos, onde viviam cerca de 1.700 pessoas. Alguns moradores recorreram às luzes dos telemóveis para pedirem ajuda e sinalizarem onde estavam.
O general Valerii Zaluzhny, comandante das forças armadas ucranianas, adiantou que a Rússia disparou 33 mísseis, dos quais 21 foram demolidos, mas que o ataque ao prédio em Dnipro foi feito com um míssil Kh-22, projetado para destruir grupos de porta-aviões no mar, arma que a Ucrânia não tem capacidade para intercetar.
O primeiro-ministro ucraniano, Denis Shmigal, confirmou ainda que os ataques de sábado - que também visaram a capital, Kiev, e Kharkiv, no norte - atingiram várias instalações de infraestruturas energéticas, com "a situação mais difícil" a verificar-se em Jarkov e Kiev.
Os ataques russos aconteceram pouco depois de o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, ter telefonado a Volodymyr Zelensky para lhe transmitir que o Reino Unido vai enviar tanques de primeira linha para Kiev.
No seio da NATO (sigla original da Organização do Tratado Atlântico Norte) existiam receios de que esta decisão pudesse ser considerada pela Rússia como uma escalada da guerra.