A Europol realizou, entre 6 e 9 de março, o primeiro "sprint" forense com 15 especialistas de oito países diferentes. O objetivo passava por apoiar as investigações contra a maior rede de exploração sexual chinesa já desmantelada na União Europeia.
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Os 15 especialistas, provenientes da Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Países Baixos, Noruega, Polónia, Espanha e Suíça, extraíram juntos dezenas de terabytes de dados de centenas de dispositivos apreendidos. Ao realizar essa extração em conjunto, em vez de cada país participante realizar o trabalho por conta própria, o processo demorou apenas alguns dias - em vez de, potencialmente, meses. O resultado deste "sprint" forense vai servir para análises operacionais e novas investigações sobre as atividades da rede chinesa de tráfico de pessoas.
Anunciavam vítimas online e geriam call centers com os clientes
Em fevereiro, as autoridades belgas, espanholas e suíças detiveram 31 suspeitos por alegado envolvimento na exploração sexual de vítimas chinesas. De acordo com a Europol, os suspeitos prendiam mulheres com dívidas, facilitando as viagens para a Europa e, posteriormente, exigindo pagamentos elevados. Acredita-se que as vítimas foram forçadas a financiar esses pagamentos através da prostituição, uma ação quase impossível devido à imposição de "taxas de serviço" muito altas pelos suspeitos.
A rede criminosa anunciava as vítimas em sites e geria call centers para ligar as vítimas aos clientes em vários países europeus.
Durante as buscas, as autoridades encontraram um grande número de dispositivos móveis na Bélgica e na Espanha, que foram usados pelos suspeitos para comunicar com os clientes e enviar instruções às vítimas. Não havia comunicação direta entre a vítima e o cliente e os suspeitos mantinham o controlo sobre as vítimas. As vítimas aceitavam o cliente, serviço, localização e pagamento já arranjados pela rede criminosa.
As autoridades identificaram mais de 200 vítimas. Nos últimos três anos, os investigadores monitorizaram cerca de três mil anúncios ligados a essa rede, sugerindo que o número real de vítimas é muito superior.