A União Europeia pediu, esta sexta-feira, o destacamento de uma missão da ONU na Síria para investigar a alegada utilização de armas químicas por parte do regime sírio, insistindo que a negociação é a única solução possível para o conflito.
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A União Europeia (UE) recebeu com "grande preocupação" a confirmação por parte dos Estados Unidos do uso deste tipo de armas e considera "cada vez mais importante" que as Nações Unidas possam verificar no terreno estas informações, disse o porta-voz comunitário para a área dos Assuntos Exteriores, Michael Mann, numa conferência de imprensa.
A Casa Branca afirmou ter informações que demonstram que o regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, recorreu a armas químicas, nomeadamente gás de nervos sarin, em ataques que terão feito até 150 mortos.
Considerando que, com isso, foi ultrapassada uma "linha vermelha", os Estados Unidos anunciaram um apoio militar aos rebeldes, sem contudo dar pormenores sobre o tipo específico de apoio.
"Estes acontecimentos reforçam a importância de uma solução política para a crise na Síria e devem acelerar os esforços da comunidade internacional para alcançar uma solução política definitiva", referiu Michael Mann.
O porta-voz comunitário considerou "urgente" alcançar progressos no âmbito político, começando pela convocação da conferência de paz promovida por Washington e por Moscovo.
O representante adiantou que a questão das armas químicas na Síria vai figurar na agenda da próxima reunião dos Ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27, agendada para 24 de junho.
Questionado sobre a decisão norte-americana de fornecer apoio militar aos rebeldes sírios, Michael Mann assegurou que a posição da UE "não muda" e que continua a ter como principal ponto a necessidade de alcançar uma solução política para o conflito.
Neste sentido, o porta-voz comunitário recordou que os Estados-membros da UE podem, "sob condições estritas", entregar armas à oposição síria se assim o entenderem, mas que assumiram o compromisso de não aplicar agora tal medida.
Esta questão será analisada brevemente num relatório que está a ser elaborado pela chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton.
"A nossa posição não muda. Devemos dar ao processo de paz as maiores possibilidades de sucesso. (...) Será através da via política que iremos resolver este problema", reforçou Mann.
Questionado ainda sobre eventuais medidas militares como a imposição de uma zona de exclusão aérea, visando parte do território sírio, o porta-voz da UE sublinhou que "normalmente" este tipo de ações só são realizadas após uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas.