UE diz que reunião de líderes chinês, russo e norte-coreano desafia ordem internacional
A reunião em Pequim dos dirigentes chinês, Xi Jinping, russo, Vladimir Putin, e norte-coreano, Kim Jong-un, é um "desafio direto" à ordem internacional, declarou a chefe da diplomacia da UE.
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Este encontro não envia apenas "sinais anti-ocidentais", como também representa um "desafio direto ao sistema internacional baseado em regras e não é apenas uma questão de simbolismo", afirmou Kaja Kallas à imprensa, em Bruxelas.
Xi Jinping chegou esta manhã (hora local) à Porta de Tiananmen, em Pequim, acompanhado por Vladimir Putin e Kim Jong-un para o início da parada militar que assinalou o 80.º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico.
Os três líderes subiram juntos à tribuna de honra, depois de terem saudado individualmente cinco veteranos da Segunda Guerra Mundial, alguns com mais de 100 anos.
"Não é apenas simbólico. A guerra da Rússia na Ucrânia é apoiada pela China. São realidades que a Europa deve encarar", acrescentou a antiga primeira-ministra da Estónia, no início de uma conferência de imprensa, em Bruxelas, da Comissão Europeia sobre o acordo comercial com os países do Mercosul.
Enquanto os líderes ocidentais se reúnem para discutir a diplomacia, "uma aliança autocrática é um caminho rápido para uma nova ordem mundial", considerou.
Kallas insistiu ainda que a Rússia não pretende pôr fim à invasão do território ucraniano. "Portanto, precisamos de abordar as consequências disto. Para a Europa só pode significar uma coisa: mais apoio militar, diplomático e económico para a Ucrânia", declarou.
No caso de uma trégua, um exército ucraniano forte é a garantia de segurança "mais sólida" para Kiev, disse.
Sobre o acordo tarifário entre os Estados Unidos e a UE, Kallas afirmou ser claro que o acordo "garante a estabilidade da maior associação comercial do mundo, previsibilidade para novos negócios e relações transatlânticas sólidas".