A União Europeia condenou, esta sexta-feira, a entrada de um comboio humanitário russo em território da Ucrânia considerando que se trata de uma "clara violação fronteiriça" e instou Moscovo a reconsiderar a operação.
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"Deploramos a decisão da Rússia, de introduzir ajuda humanitária em território da Ucrânia sem a escolta do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) ", disse o porta voz da União Europeia, Sebastien Barbant em comunicado.
"Trata-se de uma clara violação da fronteira ucraniana", sublinhou Brabant, que explicou que a entrada da coluna constituída por 34 camiões russos através da região de Lugansk, controlada pelas milícias separatistas, vai contra os acordos estabelecidos entre a Ucrânia, a Rússia e o CICV.
"Instamos a Rússia a reconsiderar a decisão", acrescentou o porta-voz.
A União Europeia insistiu várias vezes junto de Moscovo sobre a questão argumentando que a entrada dos veículos em território ucraniano só podia acontecer depois do consentimento de Kiev e que, à luz do direito internacional, o comboio "deve ter um carácter estritamente humanitário e deve contar também com a escolta do CICV".
Bruxelas felicitou as autoridades ucranianas pela "moderação" e pela disposição na manutenção do diálogo para "evitar uma escalada da crise".
De acordo com o comunicado, a Ucrânia deve fazer respeitar a soberania, a integridade territorial, a unidade e a independência do país.
As autoridades ucranianas denunciaram a entrada do comboio humanitário russo no país, um gesto que foi considerado como um ato de "invasão", enquanto a Cruz Vermelha confirmou que não está a acompanhar a coluna de veículos da Rússia.
"Reiteramos que a assistência humanitária russa deve entrar (no leste da Ucrânia) mas só depois do pleno respeito pela lei e dos princípios humanitários internacionais, ou seja, através de uma organização humanitária internacional e sob a concordância do governo da Ucrânia", refere a mesma nota da União Europeia.
"Isto implica que, nomeadamente, devem ser enviados todos os pormenores relativos à ajuda humanitária e que seja garantida a segurança do pessoal do CICV e dos veículos durante toda a operação, já que o CICV não aceita escoltas armadas", conclui.