Utentes com mais de 50 anos convocados por SMS. Quase 1,5 milhões de portugueses já receberam dose de reforço.
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Com 1,467 milhões de pessoas imunizadas com dose de reforço até à passada sexta-feira, as portas dos centros de vacinação abrem-se, este domingo, para os 250 mil utentes acima dos 50 anos inoculados com a Janssen e agora elegíveis para segunda toma com vacina da Pfizer ou da Moderna. Até janeiro, a meta é administrar 2,5 milhões doses de reforço.
Como funciona a vacinação dos imunizados com Janssen?
Inicia-se este domingo - e nos próximos dois domingos e feriado de 8 - a administração da dose de reforço às cerca de 250 mil pessoas com mais de 50 anos que foram imunizadas com a Janssen, de toma única. O reforço é feito com vacina de mRNA (Pfizer ou Moderna), com um intervalo de pelo menos três meses após última dose. Os "utentes serão convocados por SMS", sendo que os que não forem chamados para o dia de hoje "devem aguardar a convocatória para os outros dias de vacinação", informou a Direção-Geral da Saúde (DGS) a 30 de novembro.
Os restantes cerca de 875 mil portugueses serão progressivamente agendados consoante a faixa etária. Pelo meio, somam-se alguns jovens adultos que receberam já a dose de reforço, utilizando para o efeito senhas disponibilizadas no site criado pelo Ministério da Saúde para a covid. Que, como o JN noticiou, foi desativado para reavaliação. No sábado, estava novamente disponível para "utentes a vacinar com a dose de reforço" e maiores de "12 anos que pretendam fazer vacinação primária".
Quem é elegível para dose de reforço?
A terceira fase, como as anteriores, tem etapas de vacinação, tendo começado pelos residentes e utentes em lares e, depois, pelas faixas etárias superiores. Atualmente, o pedido de agendamento está disponível para os maiores de 65, a faixa elegível nesta fase. A Casa Aberta está a funcionar para os mais de 75 anos, mas tendo os centros de vacinação autonomia, há muitos, como é o caso da Maia, que abriram já aos mais de 65.
Os horários da Casa Aberta podem ser consultados em "covid19.min-saude.pt". A dose de reforço integra uma estratégia de vacinação simultânea, incluindo imunização contra a gripe. São ainda elegíveis para reforço, independentemente da idade, os imunodeprimidos, os profissionais de saúde e de lares e os bombeiros envolvidos no transporte de doentes.
Os recuperados têm direito a dose de reforço?
Serão cerca de 200 mil os maiores de 65 anos e profissionais mencionados que já recuperaram de infeção e que passaram, também, a serem elegíveis para dose de reforço. Em causa, utentes que, por terem contraído o vírus, viram o esquema vacinal ficar completo com uma dose (infeção antes da 1.ª dose) ou duas tomas (infeção após 1.ª dose).
Excluídos deste reforço estão aqueles que, independentemente da idade, já tomaram esta dose de reforço para efeitos de deslocação a países que exigem duas doses.
Qual o intervalo para toma de dose de reforço?
É outra das novidades da revisão da norma de vacinação introduzida pela DGS a 18 de novembro. Em linha com outros países, como o Reino Unido, o intervalo entre tomas passou de seis para cinco meses. O que fez o número de utentes elegíveis com mais de 65 anos aumentar em mais 600 mil. Com a revisão da norma - incluindo redução de intervalo, Janssen e recuperados -, passaram a estar elegíveis mais 1,8 milhões para dose de reforço, duplicando a meta inicialmente traçada. O objetivo é agora chegar a janeiro com 2,5 milhões imunizados com reforço.
Vamos vacinar crianças a partir dos cinco anos?
Estará por dias, ou horas, o anúncio da decisão da DGS quanto à imunização de crianças a partir dos cinco anos . Um tema sensível e que divide a comunidade pediátrica. Ao contrário do que aconteceu aquando da imunização dos adolescentes (+12), a Sociedade Portuguesa de Pediatria é favorável à vacinação a bem da normalização da vida dos mais pequenos, que, em contacto de alto risco com positivo, por exemplo na sala de aula, cumprem isolamento por 10 dias.
Nos adolescentes, aquela sociedade havia concordado com a vacinação, mas apenas de crianças com comorbilidades associadas a risco acrescido para a covid. E irá nesse sentido o parecer já enviado à DGS pelo grupo de trabalho constituído por especialistas em pediatria e saúde infantil. Neste momento, o assunto está a ser discutido na Comissão Técnica de Vacinação, analisando tanto o referido parecer como o documento técnico emitido pelo Centro Europeu para a Prevenção e Controlo das Doenças.
Sendo que o ECDC, explique-se, deu luz verde à vacinação de crianças entre os 5-11 anos, priorizando aquelas que apresentem comorbilidades. Vincando: "A vacinação de crianças não pode ser considerada um substituto para a vacinação de adultos". O Governo, no entanto, já se antecipou, contratualizando vacinas à Pfizer/BioNTech. No próximo dia 20 chegam 300 mil e na segunda semana de janeiro 462 mil, anunciara António Costa, para um universo de 638 mil crianças. A avançar, a dose a administrar nestas crianças será três vezes inferior à dos adultos.