João Isidoro quis ficar a estudar perto de casa. Natural de Ílhavo, conhece Aveiro desde sempre e já era ali que fazia vida social, mesmo quando andava no Secundário. Agora, continua a fazê-lo. Ao campus universitário, elogia os serviços que disponibiliza. À cidade, a vida que proporciona, com exceção para os preços do aluguer de quartos, cujos valores "estão cada vez mais altos". E só gostaria que houvesse "mais noite".
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Não era uma cidade nova para João Isidoro, de 20 anos, quando, há dois, quis ingressar na universidade. Afinal, vive na Gafanha de Aquém, no concelho vizinho de Ílhavo, e queria manter-se por perto. Entretanto, passou a poder servir praticamente de guia aos colegas que fez, na licenciatura de Administração Pública. É que apesar de não ser aveirense, conhece todos os segredos da cidade, onde se sente bem.
Está no segundo ano do curso e ainda não se arrependeu da escolha. Seja pela cidade, seja pela universidade. Mas a proximidade de casa que João tanto almejava muitas vezes transformou-se em "longe", mesmo que só pouco mais de sete quilómetros separem o campus da Gafanha de Aquém. "Faltam transportes públicos. Até ter carta de condução, que tirei há um mês, precisava muitas vezes de ter boleia para ir às aulas. Mas também vim muitas vezes de bicicleta", conta.
O Campus é completo a nível de serviços. Quase todos os departamentos têm um bar e há duas cantinas. Nuns ou noutros, com três ou quatro euros já se almoça bem
Chegado ao campus, João diz que não lhe falta nada. "É completo a nível de serviços. Quase todos os departamentos têm um bar e há duas cantinas. Nuns ou noutros, com três ou quatro euros já se almoça bem", adianta. E sublinha a vantagem de ter uma biblioteca aberta 24 horas, local onde por vezes vai estudar, apesar de preferir fazê-lo em casa.
Mesmo não necessitando de arrendar alojamento, João sabe de cor as queixas dos colegas que o fazem. "É tudo caro - um quarto ronda os 250 a 300 euros - e há muita fuga ao Fisco. Num exercício que fizemos numa cadeira, concluímos que muitos não recebem faturas das rendas dos quartos", diz.
Para quem estuda numa cidade, desfrutar dela também importa. E, aí, no entender de João, a Aveiro "só falta mais "noite", pois apenas tem uma discoteca". De resto, os estudantes têm acesso a cultura "quer dentro da universidade, quer fora, por exemplo, no Teatro Aveirense". E aponta outra regalia que quem ali estuda tem: "É tudo perto. Já visitei outras cidades universitárias e passam a vida de Uber. Nós, aqui, podemos ir a pé a quase todo o lado