Incêndios em mato e floresta já fizeram 17 feridos ligeiros. Um carro dos bombeiros de Leiria capotou quando seguia para ocorrência.
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Em pouco mais de 24 horas, arderam cerca de 2300 hectares de mato e floresta nos concelhos de Carrazeda de Ansiães (Bragança) e em Ourém (Santarém), resultado dos incêndios que começaram a deflagrar na tarde de quinta-feira. Ao final da tarde de sexta-feira, o comandante da Proteção Civil, André Fernandes, admitiu que as ocorrências "estavam fora da capacidade de extinção". Em Santo Tirso, um homem foi detido por suspeitas de fogo posto.
"Contamos 97 ocorrências, mais seis do que nas 24 horas do dia anterior", adiantou o responsável, num balanço feito pelas 19 horas, onde lamentou o registo 17 feridos ligeiros, dois dos quais "civis". A maioria das vítimas (13) estava no combate ao incêndio em Ourém, que começou quinta-feira, pelas 16.30 horas, e, ao final da tarde de sexta-feira, ainda mobilizava cerca de 600 operacionais, 180 veículos e cinco meios aéreos. Em Carrazeda de Ansiães, com uma frente ativa, mantinham-se cerca de 250 efetivos, com 78 carros e seis meios aéreos.
Mas as chamas deixaram, ainda, em sobressalto a população do lugar de Moinhos Novos, na Póvoa de Lanhoso. Um incêndio, muito perto de habitações, às portas da vila, mobilizou 92 operacionais. Acabou dominado, à semelhança dos fogos que lavraram, desde quinta-feira, em Sever do Vouga, Aveiro, e em Benespereira, na Guarda.
Para André Fernandes, a situação "mais relevante" aconteceu a meio da tarde de sexta-feira, com o capotamento de uma viatura dos Bombeiros Voluntários de Leiria, no IC2, em Azóia, quando esta se dirigia para o combate a um incêndio na freguesia de Maceira - que mobilizou perto de 160 operacionais. Ao todo, três pessoas ficaram feridas, sem gravidade.
"Foram reforçados os diferentes teatros de operações e conseguimos, com base nos corpos de bombeiros, 15 grupos de reforço, além de três companhias da GNR, dois grupos da Força Especial da Proteção Civil com 46 bombeiros e cinco máquinas de rasto do ICNF", disse o comandante, ressalvando que, apesar dos meios, as condições meteorológicas "não são favoráveis à extinção de incêndios".
De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, além do vento forte, é expectável a subida gradual da temperatura, para valores de máximas de 40 graus e mínimas que podem atingir os 25 graus.
Alertas
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil colocou, hoje, em alerta laranja os distritos de Vila Real, Bragança, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Santarém, Leiria, Coimbra e Aveiro, devido ao risco elevado de incêndio florestal. O Governo, também, decretou a situação de alerta até 15 de julho. Queimas e queimadas, trabalhos em floresta ou fogo de artifício estão entre as proibições, neste período.