O Norte não desarma na luta por um país regionalizado. Após o primeiro encontro de autarcas das capitais de distrito e de líderes das entidades intermunicipais da região em Famalicão, o movimento dará novos passos na tentativa de convencer os partidos políticos a incluírem a regionalização na sua agenda e, sobretudo, a comprometerem-se a concretizá-la na próxima legislatura.
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O Norte quer ter as outras regiões a seu lado e o presidente do Conselho Regional do Norte, Miguel Alves, já convidou os líderes dos conselhos regionais do Centro, de Lisboa e Vale do Tejo, do Alentejo e do Algarve para um encontro no início de abril. "O nosso interesse não é criar uma região apenas no Norte. É criar regiões em todo o país para termos um Portugal coeso. Este movimento de reflexão recomeçou a partir do Norte, mas queremos que seja uma ação nacional", explica o autarca socialista, que é também presidente da Câmara Municipal de Caminha.
Antes, ainda em março, terá lugar um encontro com todos os autarcas do Norte, representantes das universidades e de empresas da região para debater o mesmo tema. A vontade deste movimento é ter uma proposta para apresentar aos partidos políticos em maio, a tempo de ser adotada nos respetivos programas para as eleições legislativas.
Os dados do Eurostat sobre o Produto Interno Bruto do Norte servem "para abanar os colarinhos dos observadores centralistas que não saem da sua argumentação alheada da realidade. Há 45 anos que a região é governada a partir da centralidade de Lisboa e os números mostram que não está a resultar". Miguel Alves volta a clamar pela necessidade de mudar de modelo.
"Queremos ter a nossa fatia de decisão e uma voz escolhida na região diretamente pelo povo. Uma voz que tenha legitimidade política para falar pelo Norte", indica o socialista, lembrando, no entanto, que a regionalização terá de ser submetida a novo referendo, volvidos 20 anos da consulta pública que a chumbou. Essa iniciativa, indica o autarca, terá de ser lançada na próxima legislatura.