António Pires de Lima, CEO da Brisa, diz que a empresa está disponível para negociar contrapartidas com o Governo de forma a travar o previsível aumento "significativo" das portagens em 2023. "Se o Estado não fizer nada, o aumento será aquele que corresponde à inflação", disse. Recorde-se que em junho o Instituto Nacional de Estatística (INE) calculou a taxa de inflação em 8,7%.
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Em entrevista à Antena 1 e ao Negócios, a publicar esta segunda-feira, o gestor acrescenta que as contrapartidas não têm que ser sob a forma de dinheiro. "A Brisa não precisa necessariamente de cheques. Essas contrapartidas podem ser negociadas em tempo. Já por oito vezes o contrato da Brisa, nomeadamente da BCR - que é a nossa principal concessão - foi renegociado", explica.
Pires de Lima diz que estas renegociações têm que obedecer a critérios de interesse público, ou seja, o "Estado não pode ser prejudicado". E garante que Brisa está disponível para "mitigar o aumento das portagens entre o final de 2022 e o início de 2023."
Já falou com o primeiro-ministro
Pires de Lima revelou que que a Brisa já deu nota desta intenção "diretamente ao primeiro-ministro, ao ministro das Finanças e, oportunamente, pretendemos dar nota ao ministro das Infraestruturas. Estamos disponíveis para olhar para este problema de uma forma construtiva", afirma.
O gestor lembra que o preço das portagens está diretamente relacionado com a inflação, sendo o aumento determinado pelo indicador de inflação a outubro. Pires de Lima diz que compete ao Estado "perceber se, politicamente, interessa conter o aumento das portagens" no próximo ano.