A Marinha vai reforçar a vigilância junto às praias entre Lisboa e o Algarve onde se prevê maior afluência de pessoas durante o fim de semana da Páscoa e até ao fim do verão. Na zona norte não haverá reforço de militares, mas a Polícia Marítima, bombeiros e nadadores salvadores estarão em permanente atenção aos movimentos na orla costeira de Matosinhos.
Corpo do artigo
"A qualquer momento são colocados meios nas zonas onde se verificar maior afluência", diz ao JN Santos Amaral, comandante da Polícia Marítima do Douro, que acrescenta que tem prontas duas embarcações salva vidas para patrulhar toda a costa norte.
Na zona centro, entre a Nazaré e Sines, os fuzileiros vão patrulhar as praias em viaturas todo o terreno Amarok e na foz do Tejo, uma embarcação salva vidas vai patrulhar a zona costeira entre a Caparica e Carcavelos de forma permanente. Este será o primeiro fim de semana em que haverá um reforço de meios nas praias pelo perigo que o mar apresenta, com correntes fortes, fundões, bem como pela ausência de nadadores salvadores que assegurem essa vigilância constante.
O reforço conta com fuzileiros da Marinha com curso de nadador salvador que vão patrulhar as praias não vigiadas com viaturas "Amarok" apetrechadas com meios de salvamento e desfibrilhadores automáticos.
Entre Lisboa e Tróia, vão estar cinco viaturas com dez fuzileiros a patrulhar as zonas onde tradicionalmente há mais passeios junto ao mar. Entre a Costa da Caparica e o Meco, seis fuzileiros vão patrulhar toda a zona com três viaturas, avança Diogo Vieira Branco, comandante da Polícia Marítima de Lisboa. Só na Costa da Caparica, entre o reforço da Marinha e o programa municipal de vigilância das praias, há dez viaturas com 20 profissionais. Em Carcavelos e no Guincho, há nadadores salvadores em vigilância permanente, bem como uma viatura com dois fuzileiros.
"Todo o cuidado é pouco"
A Marinha não fez este ano um aviso para cuidados a ter junto ao mar devido à ausência de alertas do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, mas Diogo Vieira Branco salienta que "todo o cuidado é pouco".
"Durante o inverno, a força do mar altera as características do areal nas zonas de rebentação, onde são formados fundões (buracos) escondidos e com correntes fortes", afirma.
No Algarve, os meios foram reforçados com 5 viaturas Amaro, duas moto 4 e 12 militares que já estão a realizar a patrulha desde há uma semana.
Durante o primeiro trimestre deste ano, a Autoridade Marítima Nacional registou uma morte por afogamento. Tratou-se de Ilya Romanskiy, o bailarino ucraniano de 21 anos que morreu afogado na praia do Canide do Sul, em Vila Nova de Gaia, em fevereiro. O jovem estava em Portugal para atuar por uma companhia russa de bailado quando desapareceu no mar a 8 de fevereiro. O corpo apareceu uma semana depois, no dia 16. No mesmo período do ano passado, de acordo com dados fornecidos pela Autoridade Marítima Nacional ao JN, registou-se uma morte. Tratou-se de um pescador de 23 anos que faleceu a 18 de março de 2021 na praia das Capelas, em Ponta Delgada.