O CDS confirmou, em comunicado oficial enviado às redações, que Joaquim Elias, o popular que, na sexta-feira à tarde, acusou António Costa de ter estado de férias durante os incêndios de Pedrógão Grande, esteve ligado ao partido.
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Rejeitando "qualquer responsabilidade pelo incidente" e "qualquer acto de agressão, física ou verbal", o CDS confirmou que o homem é um ex-autarca centrista. "Confirmamos que há anos o senhor foi autarca do CDS numa Junta de Freguesia", esclarece a nota, ressalvando que "a sua actuação não teve qualquer ligação, instrução ou articulação com o partido, que a ela é completamente alheio".
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"Não criámos qualquer situação, não tivemos qualquer conhecimento nem fomos coniventes", sublinhou o partido, que deixou ainda um recado ao PS.
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"Se algum partido ou líder quer desculpar uma atitude menos refletida, não procure no CDS uma justificação para o que é injustificável. Depois de uma atitude desproporcionada, António Costa decidiu acusar sem provas e de forma absolutamente reprovável um partido político fundador da democracia. Não vale tudo em campanha eleitoral. Nós honramos a herança que recebemos dos fundadores do nosso partido", pode ler-se no comunicado.
O esclarecimento surge depois de o autarca socialista Miguel Coelho ter escrito, numa publicação de Facebook, que o homem que acusou Costa de não ter estado presente durante os incêndios de junho de 2017 tem ligações ao CDS.
Quando abordou António Costa, na sexta-feira, durante uma arruada em Lisboa, Joaquim Elias disse que era eleitor socialista de sempre, acrescentando estar "relutante" em votar PS desta vez, porque Costa estava a gozar as "merecidas férias" durante os incêndios de Pedrógão Grande. Visivelmente exaltado, e perante a insistência do homem, António Costa repetiu que a acusação era "mentira", como o JN confirmou. Na verdade, o primeiro-ministro e secretário-geral do PS esteve no terreno a 18 de junho de 2017.