O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal disse que a entidade não assinará um acordo social de "fachada", pedindo ao Governo medidas positivas para as empresas.
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"Precisamos que da parte do Governo haja abertura para colocar na mesa algumas medidas que também sejam consideradas positivas para as empresas. É essa a base da nossa filosofia: o acordo tem de ter concessões dos dois lados", vincou João Vieira Lopes, à saída de uma audiência com o presidente da República no Palácio de Belém, em Lisboa.
Acordo tem de ter concessões dos dois lados
Neste momento, o responsável da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) não vê do Governo "abertura para qualquer tipo de ações positivas para as empresas que lhes permitam fazerem concessões noutras áreas, sejam laborais, sejam salariais", nomeadamente em torno do aumento do salário mínimo até 600 euros em 2019.
"Com os indicadores económicos que existem (...) não tem racionalidade económica o crescimento dos salários de 5% ao ano durante quatro anos. Se o Governo pensa que é essa a saída, estamos dispostos a discuti-la, mas compete ao Governo apresentar as medidas que permitam às empresas enfrentar essa realidade, fora dos níveis de crescimento [económico] expectáveis", prosseguiu João Vieira Lopes.
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O chefe de Estado recebe esta segunda-feira os parceiros sociais, em audiências que começaram de manhã, com o presidente do Conselho Económico e Social, Correia de Campos, e se prolongam até ao final do dia.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, o objetivo das reuniões é ouvir os parceiros sobre "o que é que é importante fazer económica e socialmente em Portugal" e perceber se "há acordo, não há acordo, onde é que há acordo, onde é que não há", a pensar nos próximos três ou quatro anos.