O secretário-geral do PS respondeu, esta quinta-feira, de forma dura ao ataque de Rui Rio sobre o seu grau de conhecimento do alegado encobrimento da recuperação das armas de Tancos. Recusando "julgamentos morais", António Costa acusou o líder do PSD de quebrar os seus princípios éticos e de atacar a "dignidade da campanha".
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"O doutor Rui Rio tinha a estrita obrigação de saber que eu respondi por escrito a todas as questões que a Comissão Parlamentar de Inquérito me fez sobre este caso e que a comissão parlamentar concluiu que nada me tinha a apontar. O doutor Rui Rio devia saber que, ao longo destes dois anos, a Justiça nunca me colocou qualquer questão e, certamente se tivesse alguma dúvida sobre o meu comportamento, tê-lo ia feito", disse aos jornalistas numa declaração sem direito a perguntas no final de uma ação de campanha no Convento do Sacramento, em Lisboa.
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E António Costa levou a resposta ao líder do PSD para as questões da ética: "Não é aos 58 anos que eu lhe reconheço autoridade para fazer julgamentos morais sobre a minha atitude política", disse, lembrando que ainda há dois dias ouviu Rui Rio dizer que "tinha como princípio fundamental não fazer julgamentos na praça pública".
"Não mudo de princípios fundamentais de dois em dois dias", disse António Costa, repetindo o mantra que tem desde o caso José Sócrates: "à Justiça o que é da Justiça, à politica o que é da política". E acabou por desferir uma estocada em Rio: "quem sacrifica aquilo que são princípios fundamentais desta forma, envergonha-se a si próprio, mais do que ataca quem quer atingir. A mim o doutor Rui Rio não me atingiu, infelizmente atingiu a dignidade desta campanha eleitoral", disse.