António Costa defendeu, esta quinta-feira, que o Orçamento do Estado (OE) para 2018 é "de continuidade e de futuro". E repetiu essa ideia várias vezes. Aliás, muitas vezes.
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https://www.jn.pt/nacional/interior/cristas-desafia-costa-a-deixar-cair-ataque-a-recibos-verdes-8890212.html
No debate na generalidade sobre o OE, o primeiro-ministro respondeu, assim, à acusação de Passos Coelho, que disse que a proposta orçamental socialista "não está orientado para o futuro".
Segundo Costa, a proposta de OE "prepara o futuro, dando continuidade à mudança de políticas que estão na base do Programa deste Governo e desta maioria".
Tendo destacado vários resultados positivos da economia - como o recuo do desemprego ou o maior crescimento do investimento em volume nos últimos 18 anos -, o primeiro-ministro defendeu, neste debate no Parlamento que levará cerca de cinco horas, que "pela primeira vez" desde 2007 o "país cumpriu as metas orçamentais, registando o défice mais baixo da nossa democracia".
O chefe do Governo voltou a acenar com várias medidas que constam no documento, entregue no Parlamento a 13 de outubro, destacando que "todos os contribuintes terão um alívio no IRS", o aumento de 10 euros nas pensões, em agosto do próximo ano ou a "eliminação do IVA alfandegário para todas as matérias importadas".
"O Orçamento para 2018 é um Orçamento para o futuro, uma vez que aposta na sustentabilidade das nossas finanças públicas, prosseguindo a redução do défice para 1% em 2018", disse, frisando que haverá uma continuidade de políticas "que completam um círculo virtuoso".
Costa deixou ainda, antes de responder a 21 deputados que entretanto se inscreveram para colocar questões, palavras para as regiões afetadas pelas tragédias de 17 de junho e de 15 de outubro: "o ano de 2018 será necessária e simultaneamente marcado, pelo imperativo da urgência da resposta às populações e da reconstrução dos territórios devastados pelas calamidades".
Sobre as mudanças no Regime Simplificado do IRS, que tem provocado muitas críticas principalmente pelos trabalhadores a recibo verde, o chefe do Executivo PS deixou que os socialistas estão "disponíveis" para discutir a proposta.
O argumento repetido por Costa no seu discurso de arranque surgiu depois de o demissionário presidente do PSD ter apontado, anteontem, nas jornadas parlamentares social-democratas que a proposta de OE, negociado com a Esquerda, "não está orientado para o futuro" nem serve "o interesse coletivo".