O bispo auxiliar de Lisboa anunciou que irá entregar ao Ministério Público (MP) e à comissão diocesana, "durante esta semana", a lista com os nomes dos padres suspeitos de terem praticado abusos sexuais de menores na diocese de Lisboa. Américo Aguiar revelou também que o Patriarcado anunciará "nos próximos dias" quais serão os próximos passos, prometendo "tolerância zero" aos abusos.
Corpo do artigo
"Nos próximos dias, a comissão diocesana, o sr. patriarca e o Ministério Público vão trabalhar em conjunto", afirmou Américo Aguiar, em declarações recolhidas pela RTP, à margem de uma procissão em Lisboa . "Vamos fazer a entrega dessa mesma lista quer à comissão diocesana quer ao Ministério Público", acrescentou, dando conta de que ainda não conhece os nomes em causa.
O bispo auxiliar de Lisboa revelou que o Patriarcado irá anunciar, na próxima semana, as medidas a tomar relativamente aos casos dos padres denunciados à Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra as Crianças na Igreja Católica. Garantiu que "as vítimas e o seu sofrimento" serão a "prioridade" na hora de decidir.
"A transparência total e a tolerância zero são o grito do Papa Francisco" no que toca aos abusos na Igreja, frisou Américo Aguiar. "No que diz respeito ao Patriarcado de Lisboa, nos próximos dias vamos agir em conformidade com isto", prometeu.
Instado a explicar que efeitos concretos terá essa decisão, frisou: "Quer dizer que a lista que foi entregue, as denúncias que foram partilhadas, o sofrimento das vítimas, o acompanhamento das mesmas e de cada uma têm um lugar principal e prioritário nas nossas ações".
Na sexta-feira, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), José Ornelas, revelou ter entregue, a cada diocese, a lista dos nomes dos cerca de 100 padres alegadamente abusadores, que lhe foi facultada pela Comissão Independente. No entanto, anunciou que o afastamento de alegados padres abusadores de menores está nas mãos de cada bispo, entre outras medidas.
"Eu não posso tirar uma pessoa do ministério só porque chegou alguém que disse: 'este senhor abusou de alguém'. Mas quem foi que disse, em que lugar, onde? Tirar do ministério é uma coisa grave", realçou José Ornelas.