Dois jornalistas iraquianos foram mortos por homens armados, esta terça-feira, quando regressavam de uma reportagem com um alto responsável da segurança na província de Diyal.
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"Milicianos armados assassinaram o correspondente Saif Tallal e o seu operador de câmara Hassan al-Anbaki perto de Baqouba", a principal cidade da província de Diyal, anunciou em direto um apresentador da Sharqiya News, para a qual trabalhavam as vítimas.
O Iraque é um dos países do mundo onde os jornalistas se confrontam com mais riscos no seu trabalho, sobretudo os nacionais, mais expostos a ataques e atentados que os seus colegas estrangeiros.
Os dois jornalistas foram mortos quando regressavam a Baqouba após uma reportagem com o general Mizher al-Azzawi, chefe de um comando de segurança na província.
De acordo com um porta-voz dos serviços de segurança, os dois homens regressavam de Mouqdadiyah, nordeste de Bagdade, onde 20 pessoas foram mortas na segunda-feira num duplo atentado a um café reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI). Após o ataque, foram incendiadas diversas casas e uma mesquita.
O representante da ONU no Iraque, Jan Kubis, condenou o ataque contra a mesquita, acusando os assaltantes de "pretenderem incitar às violências confessionais, numa tentativa desesperada de conduzir o país aos dias sombrios do conflito religioso", em particular entre a maioria xiita do país e as populações sunitas.
Em janeiro de 2015 o governo tinha declarado a libertação de Diyala, uma província multiétnica e multirreligiosa, e que esteve em parte controlada pelo EI.
Os jiadistas, que consideram os xiitas como "heréticos", já não possuem bases fixas nesta província mas retomaram as suas antigas táticas através da explosão de viaturas armadilhadas e atentados suicidas.
Em 2014 o EI apoderou-se de vastos territórios a norte e oeste de Bagdade mas as forças iraquianas, apoiadas por ataques aéreos da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos, impuseram importantes derrotas aos jiadistas.