Alexandra Leitão teceu duras críticas ao secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, depois da entrevista dada ao JN e TSF. A antiga ministra socialista defendeu, no espaço de opinião que partilha com António Lobo Xavier e Pacheco Pereira, na CNN Portugal, que Miguel Alves deverá abandonar o Governo, caso seja constituído arguido, lembrando que foi esse o critério seguido por António Costa noutras circunstâncias. Em causa, um pagamento adiantado a uma empresa, enquanto autarca de Caminha, para a construção de um pavilhão que nunca arrancou.
Corpo do artigo
António Costa, primeiro-ministro, já mostrou a sua confiança no secretário de Estado adjunto, Miguel Alves, que, enquanto autarca de Caminha, terá adiantado 300 mil euros de rendas para a construção de um centro de exposições transfronteiriço no concelho. O caso está a ser investigado pelo Ministério Público.
A antiga secretária de Estado da Educação e ex-ministra da Modernização Administrativa, Alexandra Leitão, considera que o secretário de Estado Adjunto do governo de António Costa continua a não dar explicações exatas sobre o caso em que se viu envolvido e que a sua continuidade no Executivo está a "criar uma vulnerabilidade desnecessária".
Em entrevista ao Jornal de Notícias e à TSF, Miguel Alves, mostrou-se seguro da legalidade do processo e explicou que não se pronunciou mais cedo sobre esta polémica porque optou por dirigir as primeiras explicações à Procuradoria-Geral da República (PGR).
Alexandra Leitão também reagiu a dois momentos da entrevista de Miguel Alves ao JN. Num primeiro momento, Miguel Alves, terá justificado a atenção mediática dada ao caso com o facto de ser de Caminha e de não pertencer à capital. No segundo momento, explica que alegou que o caso só ganhou nova relevância porque passou a integrar o Governo, sugerindo que estava a ser perseguido politicamente.
Estes argumentos não foram do agrado da ex-ministra que afirma: "vamos lá ver, não brinquemos. Ninguém persegue ninguém por ser daqui ou por vir dali. Não acho justo dizer-se que é isso que está em causa. [Quanto às notícias] acho normal. É um escrutínio normal. Temos de viver com isso. Não vejo aí nada que me perturbe".