Autarquias fazem contas aos danos e Governo abre linhas de apoio. Chamas ainda lavram no Norte.
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Passaram três semanas desde que começaram os grandes fogos em Portugal. Contam-se três mortos (dia 15, um piloto morreu quando tentava abastecer a aeronave em Castelo Melhor, Foz Côa, e a 20 um casal de idosos despistou-se ao fugir das chamas, em Murça), casas e fábricas destruídas, viaturas queimadas, centenas de pessoas evacuadas temporariamente e extensas áreas agrícolas reduzidas a cinzas. Em Chaves, Ourém e Palmela, o JN foi ver os danos.
Em Albergaria, onde as chamas provenientes de Oliveira de Azeméis destruíram no dia 13 duas unidades fabris, a Câmara anunciou que está a fazer o "levantamento de prejuízos económicos que afetaram empresas e particulares". Para " tornar mais célere o processo de inventariação", disponibiliza um formulário no seu "site". A Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro informou que está disponível no respetivo portal o formulário para recolha e levantamento dos dados relativos aos prejuízos agrícolas causados pelos incêndios.
Sem rendimentos
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Em Murça, onde, entre dias 17 e 21, um incêndio atingiu cerca de 8900 hectares (teve início em Cortinhas mas as chamas avançaram depois para os concelhos vizinhos de Vila Pouca de Aguiar e de Valpaços), foi anunciada uma linha de apoio aos produtores pecuários, um aviso para a reposição do potencial produtivo e atribuição de novos direitos para plantação de vinha.
É a resposta aos pedidos de ajuda dos produtores, nomeadamente de castanha, que se queixam de ter perdido uma importante fonte de rendimento. No terreno estão já a ser distribuídos fardos de feno para alimentação de animais, doados por agricultores do Sul do país. As chamas continuam sem dar tréguas.
Em Vila Pouca de Aguiar, algumas pessoas foram retiradas por precaução, ontem, das aldeias de Reboredo e Vales, devido ao incêndio que lavra desde quarta-feira.
Destaque
45 467 hectares
Entre 8 e 20 de julho foram consumidos pelas chamas 45 467 hectares, de acordo com dados provisórios do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas. Entre 1980 e 2021, ardeu o equivalente a 55% da área de Portugal continental, contabiliza a Associação Portuguesa de Ciência de Dados para o Bem Social.
Detidos
A Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais contabiliza 60 pessoas detidas desde o início do ano pelo crime de incêndio florestal, a que se somam mais 117 identificadas pela PJ e GNR. A Judiciária deteve ontem mais uma pessoa, um agricultor de 41 anos que terá ateado um fogo em S. João da Pesqueira.
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