É mais uma versão da história que se contradiz. Desta vez está em causa uma chamada para a PSP, a 26 de abril. O ministro das Infraestruturas afirmou, no sábado, que as autoridades foram chamadas por elementos do seu gabinete depois de uma "agressão bárbara" do ex-adjunto a duas funcionárias. Já Frederico Pinheiro nega as agressões e diz que foi ele próprio que chamou a polícia para sair do ministério.
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João Galamba argumentou, em conferência de imprensa, no sábado, que a PSP foi chamada ao Ministério das Infraestruturas depois do ex-adjunto ter agredido de forma "bárbara" a sua chefe de gabinete e uma assessora. O governante garantiu que, no total, cinco mulheres tiveram de se refugiar no WC por "medo". De acordo com o ministro, Frederico Pinheiro recorreu à "violência" para levar um computador do Estado, onde estava um "grande arquivo de documentos classificados".
Por já não ser membro do gabinete de Galamba, e "não ter credenciais de acesso", Pinheiro não tinha autorização para levar o equipamento ou sequer entrar no ministério, esclareceu o governante aos jornalistas. Outras duas autoridades foram acionadas, a 26 de abril, pelos elementos do gabinete do ministro das Infraestruturas: o Sistema de Informações de Segurança (SIS) e a Polícia Judiciária a dar conta do "roubo" do computador do Estado. Terá sido após um contacto com o gabinete do primeiro-ministro, através do secretário de Estado Adjunto de António Costa, que se desencadeou o contacto com o SIS. Mendonça Mendes terá ainda aconselhado Galamba a ligar para a ministra da Justiça.
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Já Frederico Pinheiro disse, no sábado, à rádio TSF que foi ele próprio quem ligou para a PSP, "para sair do ministério". O ex-adjunto afirmou que a "agressão bárbara", caracterizada por Galamba, "não faz qualquer sentido". O elemento exonerado aponta que lhe foi barrada a saída do edifício e que o computador foi entregue "voluntariamente", mais tarde.
De acordo com o próprio, Frederico Pinheiro garante que "mal chegou a casa enviou um mail ao Centro de Gestão da Rede Informática do Governo (Ceger), ministro e chefe de gabinete a dizer que queria entregar o computador". Pinheiro alega que levou o equipamento para poder ter acesso a notas pessoais de trabalho, onde se incluíam os apontamentos da reunião entre os deputados do PS e a ex-CEO da TAP, realizada a 17 de janeiro. No dia seguinte, Christine Ourmières-Widener foi ouvida numa audição parlamentar sobre a polémica indemnização de 500 mil euros a Alexandra Reis.
O JN contactou a PSP para saber se foi chamada ao Ministério das Infraestruturas a 26 de abril e por quem, mas a autoridade informou que não vai prestar esclarecimentos sobre o assunto.