O secretário-geral do PCP manifestou-se esta quinta-feira na Amora, Seixal, sobre a acusação do Ministério Público de Azeredo Lopes, ex-ministro da Defesa, no caso de Tancos.
Corpo do artigo
"Se há alguém que passou a acusado, tem que haver esse julgamento e consequente sentença. Antes disso, e então neste quadro eleitoral, acho que não nos devíamos precipitar", declarou Jerónimo de Sousa, quando questionado pelos jornalistas, a propósito da acusação de Azeredo Lopes.
O líder comunista sublinhou apenas que "ninguém está acima da lei", não querendo tecer grandes comentários sobre a matéria que tem estado, desde quarta-feira, presente na campanha das legislativas. "Nem estou a ver que seja uma questão central nesta fase de campanha, que já só falta praticamente uma semana", afirmou.
Azeredo Lopes foi acusado pelo Ministério Público de abuso de poder, denegação de justiça e prevaricação.
Jerónimo preocupado com as "doenças crónicas" do SNS
Depois de um dia cheio passado no Norte, a caravana da CDU desceu esta quinta-feira o país e fez a primeira paragem na Unidade de Saúde Familiar (USF) Amora Saudável, onde o líder comunista verificou "as doenças crónicas do Serviço Nacional de Saúde (SNS)".
Na sala de espera, Jesuína e Eugénia conversavam, atentas à invulgar azáfama do centro de saúde, causada pela visita da CDU. Com 80 anos, problemas nos joelhos e na bexiga, Jesuína é uma das 10 355 pessoas da Amora que não tem médico de família. "Quando estou doente, venho para aqui às cinco e meia da manhã para apanhar um médico qualquer", lamentou.
O facto de ser um médico diferente em todas as consultas, não facilita a vida à idosa, que necessitava de um acompanhamento próximo devido às complicações da idade. A sorte foi a "bondade" de um dos médicos da USF, que atento ao seu caso, tem tido atenção em atendê-la quando precisa. Mas nem sempre é possível.
Já Eugénia, com 79 anos, tem outra sorte. A alentejana, a viver na Amora há muitos anos, tem médico de família. A maior preocupação é mesmo o filho de 46 anos, doente dos intestinos, que "precisava bastante" e não tem. Nas três unidades da Amora só há 25 médicos e 32 enfermeiros para 53 834 pessoas.
Após a vista à USF Amora Saudável, Jerónimo de Sousa lamentou o financiamento "sempre escasso" do Serviço Nacional de Saúde, que não dá capacidade de resposta "aos problemas do quotidiano". O líder da CDU apontou a falta de profissionais e instalações degradadas como os principais problemas, assim como o facto de ainda não estarem disponíveis vacinas como a meningite B, rotavírus e HPV.